terça-feira, 1 de setembro de 2015
Um Pedaço de Mim - Capítulo 9 - 2ª Temporada
Idiota.
Eu me analisava no espelho do elevador da Blook. Eu via uma mulher trajada de um conjuntinho cinza chumbo e uma camisa branca desabotoada os dois primeiros botões, bem maquiada com uma maquiagem leve, cabelos presos em um coque cebola e com todo meu material de trabalho e sim, eu era a mulher da Blook Company. Mas, depois de tudo o que aconteceu ontem eu não poderia me sentir mais insegura como uma adolescente diante do seu primeiro emprego, eu não poderia perder-lo; Marcela com certeza faria minha vida um inferno novamente para tirar a guarda de Helena e por mais que Lucas tentasse me ajudar, não somos casados e muito menos vivemos juntos, mas duvido muito que Cristiano com toda a sua falta de benevolência não pensaria duas vezes em me retirar do quadro de funcionários da empresa pela qual dei várias noites de sono.
As portas do elevador se abriram, caminhei até minha sala onde dividia o espaço com Caio e Dalila, meu coração batia forte por medo, receio e mais algum outro sentimento que não sabia identificar.
- Bom dia Milady! - disse Caio sentado sobre sua mesa e segurando uma caneca de chá.
- Espero que realmente seja um bom dia. - disse colocando minhas coisas sobre a mesa.
Não pude não reparar como Caio ficava incrivelmente bonito com a camisa social azul pastel que usava com um casal social preta e um belo par de Calvest social nos pés.
- Vejo que ganhou um aumento. - disse apontando para os sapatos.
Ele sorriu , mostrando as covinhas que Dalila amava.
- Nem um real, apenas gosto de me vestir bem.
- Boa escolha. - sorri de volta.
O primeiro sorriso do dia.
Me sentei em minha mesa e iniciei meu computador, Caio sentou em sua cadeira logo atrás de mim e depois a arrastou até ao meu lado.
- Como ficou ontem? Quero dizer, depois que voltei pra empresa.
- Bem, busquei Helena e ficamos juntas. - olhei para a foto do porta-retrato que ficava em cima de minha mesa, eram nós três: Eu, Lucas e Helena. Estavam felizes, foi uma foto tirada nas férias de Lucas, estávamos em Lisboa. - Ela consegue suprir um pouco a falta do Lucas.
Caio desviou o olhar para a foto também.
- Claro que sim, ela é a filha de vocês dois. Ela tem um pedaço de cada um de vocês, mesmo que seja só o coração - sorriu.
- É, ela tem. - dei um breve sorriso.
Caio não sabia a real história de Helena, apenas o que mídia também sabia: Helena foi adotada ainda recém-nascida enquanto eu e Lucas estávamos em Cabo Frio.
- E Cassiano? já deu o ar da graça? - disse mudando de assunto.
- Ainda não, já sabe o que falar para ele?
- Excesso de stress e falta de sono.
- Boa sorte. - disse dele sorrindo e voltando para sua mesa.
Sorte era o que menos estava tendo no momento.
Alguns minutos depois, Dalila entrou na sala desesperada para saber o que tinha acontecido comigo durante a reunião, dei a mesma explicação que daria para Cassiano par atentar abafar o que havia realmente acontecido. Mais tarde, liguei para Heloísa - secretária do Cassiano - e perguntei se ele teria compromisso pelo resto da tarde, para que eu pudesse me explicar e tentar salvar meu emprego, mesmo que eu ainda suspeite que ele tem algo em comum com o cara da noite da festa de máscaras, mas como Caio disse qualquer um que fez uma compra recentemente na brooksfield poderia ter um daqueles grampos de gravata.
- Posso entrar, Helô? - disse diante a porta da sala de Cassiano.
- Deixe eu apenas avisá-lo, que você vai entrar.
Heloísa se levantou de trás de sua mesa e caminhou até a porta e entrou.
Estava nervosa, com as mãos trêmulas e com o coração acelerado, mas eu precisava me acalmar, precisava ter o domínio da conversa teria de convence-lo que tudo foi um equivoco e que não se repetiria. Segundos depois, Heloísa saiu da sala.
- Pode entrar. - sorriu em sinal de solidariedade.
Respirei fundo antes de entrar na sala.
Cassiano estava sentado em sua cadeira de couro preta, atrás de sua mesa enquanto o sol da tarde refletia em sua parede de vidro e deixava o ambiente iluminado mais naturalmente do que pelas várias lâmpadas do ambiente. Ele analisava algo em alguns papéis em suas mãos e colocou uma das mechas de seu cabelo comprido até a nuca atrás da orelha antes de olhar diretamente para mim.
- Melissa! - disse ele dando sinal com a cabeça e por um momento achei que havia visto um sorriso se formar.
- Cassiano, eu...
- Sente-se por favor! - disse ele me interrompendo e me deixando ainda mais nervosa.
Caminhei até as duas cadeiras de madeira acolchoadas e puxei uma e sentei-me.
- Imagino o motivo por ter vindo até minha sala para conversar. - disse ele passando a mão em sua barba aparada e definida na linha do rosto.
- Eu gostaria de me explicar pelo o que houve ontem durante a reunião.
Ele encostou os cotovelos sobre os apoios de sua cadeira e juntou as mãos sobre o abdômen.
- Estou ouvindo. - disse.
Estava surpresa pela reação calma e compreendedora de Cassiano.
- Eu primeiro peço desculpas pelo o acontecido, nunca aconteceu isso e prometo que não acontecerá novamente, foi apenas uma crise. Tenho trabalhado muito, dormido pouco e talvez um pouco pressionada, mas tudo voltará ao normal. - disse com a voz firme, porém com as mãos trêmulas por baixo da mesa.
O silêncio se instalou no ambiente enquanto Cassiano me olhava fixamente e continuava imóvel.
- Eu poderia demiti-la sobre o acontecimento durante uma reunião com um de nosso sócios, mas não posso deixar de levar em consideração seus anos de dedicação a essa empresa. - Cassiano colocou diante de mim os papéis que analisava e pude ver que se tratava de relatórios de parcerias realizadas, crescimento no alcance do público em relação aos nossos concorrentes. - Desde que você começou a trabalhar conosco, você e sua equipe de marketing conseguiu elevar o nossos números para acima da média.
Olhava para Cassiano tentando entender o porque me mostrara aquilo e onde queria chegar com aquela conversa.
- Entende agora o porque te oferecemos essa promoção, Melissa? Você pode ser uma das profissionais mais bem sucedida em sua área, talvez até posso criar algo grandioso, você não vê?
- Eu apenas vejo que possuo uma família e que não posso abandona-la. - disse.
- E se essa fosse a sua única escolha para não perder toda a sua família? Você ainda continuaria com a mesma decisão?
- Isso nunca aconteceria. - disse debochando da suposição de Cassiano.
- Melissa eu sei que você tem uma filha adotiva e sei que se você perder esse emprego problemas nem um pouco agradáveis vão aparecer.
Engoli seco e a respiração parou.
- Eu só quero te ajudar, mas você precisa querer ser ajudada. - Cassiano recolocou a mecha do cabelo atrás da orelha enquanto encostava novamente na cadeira - Se você não aceitar eu vou ser obrigado a demiti-la.
- Você não pode fazer isso, Cassiano! - disse desesperada.
- Eu posso e você sabe disso. Você tem uma semana para se decidir, pode usar esse tempo para ficar em casa e quando chegar na sua decisão, entre em contato à qualquer hora. - disse ele entregando um cartão de visita com seu telefone.
Peguei o cartão de sua mão com rispidez e sai da sala sem ao menos me despedir.
(Continua...)
Hi Guys!! Podem me xingar, dessa vez eu demorei mesmo. Mas está o capítulo de Melissa X Cassiano. Esses dois sempre nos trancos e barrancos, será que eles sempre vão ser assim? E porque diabos esse cara tá insistindo tanto pra ela aceitar a promoção? A Mel com certeza não vai aceitar, não vai largar o Lucas e a Helena, não é mesmo? E se ela se sentir pressionada ou encurralada? PQP CASSIANO!
Se vocês estivessem escrevendo a fanfic como vocês resolveriam esse rolo? E quem vocês acham que é o cara da festa? Caio? Cassiano? Outro indivíduo tarado? Me contem.
Beijinhos pessoal ;*
terça-feira, 21 de julho de 2015
Um Pedaço de Mim - Capítulo 8 - 2º Temporada
- Ficou lindo, mamãe! - disse Helena saltitante, enquanto eu colocava os nossos desenhos na parede do quarto rosa.
- Ficou mesmo - disse passando a mão nos cabelos negros de Helena. - Agora vamos tomar banho?
- Na banheira do seu quarto. - disse ela sorrindo.
- Tudo bem - dei um beijo no topo de sua cabeça - mas, só hoje.
- Ebá! - disse ela saltitante.
- Guarda suas coisinhas no baú enquanto eu vou arrumar seu banho. - disse.
Deixei Helena em seu quarto e fui até o meu quarto, entrei no banheiro e liguei a torneira da banheira enquanto eu fui até o espelho e me observei meus olhos fundos como sinal de exaustão.
Tudo o que eu tinha feito nos últimos anos era me dedicar a minha carreira e a Helena, todos meus objetivos estavam bagunçados, eu não sabia mais o que fazer e tudo parecia desmoronar à qualquer momento e não sei se suportaria.
- Mamãe já terminei. - disse Helena aparecendo na porta do banheiro do meu quarto.
- Vem aqui - disse chamando Helena.
Ela caminhou até mim e ficou me encarando como se entendesse tudo o que estava acontecendo, peguei Helena e a sentei em cima da bancada para que ela ficasse na minha altura.
- Mamãe te ama, muito. - um nó se formou em minha garganta - Ás vezes coisas que você não entenda podem acontecer, mas eu vou sempre estar perto de você. Sempre. - uma lágrima escorreu pelo meu rosto.
A mão pequenina de Helena veio até meu rosto e enxugou a lágrima e ela segurou meu rosto como se os papéis ali estivessem invertidos e ficou me olhando nos olhos.
- Eu também amo você, mamãe. - disse ela.
Sorri e chorei ao meus tempo e uma onde de conforto me invadiu e me dando forças para continuar. Desci Helena e mandei que fosse retirando as roupas para que eu pudesse lhe dar banho.
Enquanto eu estava dando banho em Helena, meu celular começou a tocar em cima da cama.
- Fica aí, não sai. - disse para Helena.
Sequei as mãos na toalha de rosto enquanto ia até cama e no identificador de chamadas mostrava a foto e o nome de Lucas; meu coração apertou, talvez de saudade ou talvez de medo.
- Oi. - disse atendendo a ligação.
- Oi, Mel- disse Lucas do outro lado da linha - tudo bem?
Parecíamos estranhos.
- Tudo sim Lucas, como foi sua viagem?
- Tudo normal.
Ficamos em silêncio por algum segundos, estávamos ressentidos.
- Estou com saudades, Mel.
- Eu quero falar com o papai!! - gritou Helena do banheiro.
- Helena, vai falar com você. - disse fugindo de Lucas.
Fui até o banheiro e coloquei o celular no viva-voz.
- O papai está te ouvindo. - disse.
- Oi papai. - disse ela empolgada.
- Oi leninha, como foi a escola hoje? - disse Lucas.
- Legal, mamãe foi me buscar mais cedo e a gente ficou desenhando a tarde toda - disse ela olhando par ao celular enquanto seus cabelos curtos e negros escorriam água - Eu fiz um desenho pra você, papai!
- Eu quero ver quando eu chegar.
- Quando você vem embora, papai?
- Papai ainda não sabe, mas assim que eu puder eu volto. - Lucas pareceu triste - E como está seu Nemo? tá cuidando dele?
Helena me olhou assutada por não ter se lembrado do peixinho que Lucas havia lhe dado.
- Vovó cuidou. - disse ela.
Sorri pela cara de Helena ao falar.
- O que você está fazendo?
- Mamãe está me dando banho e eu estou na banheira. - disse ela.
- Que legal, meu amor. - disse ele forçando a intonação de empolgado - Agora deixa eu falar com a mamãe.
- Tchau papai.
- Tchau meu anjo.
Peguei o celular e tirei do viva-voz e voltei para o quarto e sentei-me na cama.
- Pode falar. - disse.
- Me desculpe. - disse ele.
- Lucas, está tudo bem.
- Eu sei que as coisas estão cada vez mais diferentes e que quase não fico mais com vocês, mas...
- Não precisa disso, eu te amo e isso não vai mudar. - disse interrompendo Lucas.
- Eu amo você também. - disse Lucas.
O silêncio se fez presente novamente.
- Tenho uma noticia pra você. - disse Lucas um pouco mais animado.
- O que?
- Tem uma gravação de um programa de TV agendado para quinta-feira e eles querem eu e minha noiva. - disse ele entre o que pareceu um sorriso.
- Sua noiva. - repeti enquanto ria.
- Ué, você é a futura senhora Lucco. - disse ele. - Você vai poder ir?
- Vou ver o que posso fazer, depois de hoje. - disse respirando fundo.
- O que houve?
-Tive alguns problemas com o Cassiano e vim embora sem avisar.
- Mas está tudo bem agora?
- Espero que sim, mas eu vou tentar ir. - olhei para o banheiro e consegui ver Helena brincando na banheira. - A gravavação vai ser onde?
- São Paulo. - disse Lucas.
- Tudo bem.
- Mamãe, vem me tirar daqui. - gritou Helena.
- Eu preciso terminar de dar banho na Helena, depois nós nos falamos. - disse.
- Tudo bem. eu amo você.
- Eu também.
Desliguei o celular e voltei para o banheiro socorrer Helena.
Depois de trocar Helena e arrumar a bagunça dela de dentro do banheiro, foi minha vez de tomar banho e relaxar depois de tantas tensões durante o dia.
- Mamãe, coloca em mim. - disse Helena aparecendo com uma fita de cetim para amarrar no cabelo como tiara.
Peguei a fita e amarrei em seu cabelo e por um momento visualisei a Branca de Neve dos contos de fadas em Helena: Cabelos curtos e negros com uma fita vermelha no cabelo.
- Prontinho minha princesa - disse levando em consideração a semelhança.
Ela saiu saltitante em direção a sala enquanto eu entrei no banho.
(Continua...)
Comentário:
Oi gente,viram? estou postando relativamente rápido! Rsrsrs... Li todos os comentários do post anterior e concordo com vocês além de repetir enrredo vai deixar o coitado do Lucas na sofrência, magina se ela vai e leva a Helena junto? OMG ele morre.
Hoje já estou escrevendo o capítulo 9 , fiquem ligados e comentem muiiiiito, comentem quantas vezes quiserem, adoro ler o comentário de vocês!
Beijinhos ;*
quinta-feira, 25 de junho de 2015
Um Pedaço de Mim - Capítulo 7 - 2º Temporada
Meu coração deu um salto sob o peito, tapei a boca com uma das mão enquanto sentia as lágrimas surgindo e ardendo meus olhos. Eu não conseguia acreditar não conseguia acreditar , não podia. Caio seria meu amigo, sabia de tudo o que passei com o Lucas e jamais me beijaria em uma festa e Cristiano? Ele deveria ter repulsa de mim, como eu tenho por ele. Nada disso faz sentido.
- Melissa, o que é que está acontecendo? - disse Cristiano se aproximando de mim.
Premeditei suas ações quando vi que erguia a mão em minha direção.
- Não se atreva a tocar em mim novamente! - saiu mais alto do que eu esperava, como um grito estérico.
Abri a porta da sala de reuniões correndo enquanto me equilibrava em cima do meu salto, as lágrimas estavam deixando minha visão embaçada, minha cabeça doía e podia ouvir minhas pulsações como tambores fazendo uma marcha descompassada. Bati a mão na porta que dava acesso as escadas e desci pulando os degraus de dois em dois até chegar o térreo, onde três pessoas bem vestidas estavam conversando e pararam para me observar, desviei o olhar enquanto continuei correndo em direção ao estacionamento.
Estava no piso 1 do estacionamento, agora já havia voltado a andar e estava indo em direção ao meu carro, quando comecei ouvir passos atrás de mim, virei-me e me deparei com Caio.
- Por quê você veio atrás de mim? - disse caminhando mais rápido.
- Porque eu nunca te vi gritando com o Cristiano daquele jeito e precisava te dar parabéns. - disse Caio com um tom descontraído.
- Eu posso estar muito furiosa com você, nesse exato momento! - disse quase gritando.
- E eu posso nem saber o motivo.
- Para de me seguir! - ordenei me virando para trás e parando de andar.
- Se você parasse de andar, para poder conversássemos como pessoa civilizadas...
Caio deixou a frase no ar.
- Você me beijou! - gritei por final, batendo o pé como uma menina mimada.
- O que? - Caio deixou um riso de deboche escapar.
Eu não havia certeza de que seria realmente Caio, mas não consegui organizar os pensamentos em minha cabeça.
- O broche - apontei para sua gravata - você usava ele também na festa de máscaras.
- Festa? Mel, do que você está falando?
Senti minhas pernas tremerem.
- Ah, claro. - bufei e voltei andar até chegar no meu carro - Você nunca vai admitir isso, precisou de uma máscara para fazer isso e não é de cara limpa que vai me dizer a verdade.
- Por quê você acha que foi eu? - disse ele me puxando pelo pulso - Só porque eu uso o grampo de grava que ganhei na Brooksfield?
- Brooksfield? - pensei alto.
- É. Lojas de roupas masculinas também fazem agrado à seus clientes.
- Então qualquer um que comprou roupa recentemente na loja pode ter um desses?
- Bingo!
- Se não foi você, quem foi? Cassiano, também estava com um grampo igual, mas ele passa longe dessa possibilidade, nos detestamos.
- Boa pergunta, mas não fui eu. - Caio arcou suas sobrancelhas grossas e definidas - Mas bem que eu poderia.
- Indecente. - empurrei caio no ombro.
Rimos.
Abri a porta do carro e entrei, fechando-a em seguida.
- Acho que te devo desculpas. - disse enquanto sentia a culpa do tamanho de uma bigorna caindo na minha cabeça.
- Acho que podemos resolver isso com um café, que tal? - disse ele sorrindo.
- Acho justo! - sorri de volta - Agora?
- Prepare o bolso gafanhota - disse ele enquanto dava a volta no carro até a porta do carona - Estou profundamente ofendido e terei que pedir todo o café da cafeteria.
- Você é um idiota, Caio. - disse enquanto recuperava o folego depois de rir horrores.
- O modo como você se pôs imponente com o Cassiano, merecia replay! - disse Caio tomando o último gole de mocchatino da xícara.
- Eu estava, digo, estou muito chocada com tudo isso e ainda mais tem o Lucas, que não sabe de nada disso e é o único prejudicado.
- Você também foi prejudicada - disse ele me olhando com compaixão - foi assediada por um sem vergonha de máscaras.
- Mas eu não me certifiquei se era realmente o Lucas antes de sair beijando outras bocas.
Caio riu.
- É o que o amor faz com as pessoas, as deixa cegas.
- Ai que clichê, meu Deus.
Caio soltou o ar dos pulmões e depois apoiou os cotovelos na mesa.
- Acho melhor você ir pra casa Mel, descansar um pouco.
- Eu nem sei como vou aparecer na Blook amanhã. - coloquei a mão na testa em sinal de desespero - Os sócios devem estar me achando uma pertubada.
Caio riu.
- E não estão enganados. - sorriu.
- Ah, muito obrigada. - disse desanimada.
- Vamos, vai dar tudo certo.
Paguei nossa conta e voltamos ao carro.
Deixei Caio na Blook novamente e fui para escolinha de Helena buscá-la. Eu levaria ela para casa mais cedo, talvez por um motivo egoísta de querer estar mais perto dela, mas eu precisava disso, precisava da companhia dela.
- Mamãe! - disse Helena ao me ver na porta da sua sala de aula.
Ela estava sentada em um tapade de encaixes feito de EVA colorido com outras crianças enquanto a professora estava lendo uma história infantil.
- Oi, meu amor. - disse enquanto agachava para pegar Helena nos braços - Quer ir pra casa?
- Eba. - disse animada.
- Eu posso levar ela? - disse para a professora.
- Claro. - sorriu gentilmente - Só assinar a autorização de saída na secretária.
- Obrigada. - desolvi Helena no chão - Vá pegar suas coisa, filha.
Segundos depois Helena voltou com a mochila nas costas e pronta para ir.
- Fala tchau para seus amiguinhos. - disse pegando-a no colo novamente.
- Tchau.. Tchau tia. - disse ela acenando com sua mão pequeninha e gordinha.
- Tchau Helena. - responderam em um coro.
Passei na secretária e assinei a saída de Helena e depois fomos para casa.
Ao estacionar o carro em frente de casa, percebi que Helena estava quieta.
- O que foi que você está triste, meu amor?
- Por quê o papai nunca pode me buscar na escola?
- A gente já conversou sobre isso, lembra? - suspiro - Papai trabalha viajando, mas sempre que ele pode ele vem aqui te ver.
Sai do carro e fui até a porta de trás e abri para tirar Helena da caideirinha.
- Não fica triste - disse retirando os cintos - Mamãe veio mais cedo pra casa, pra ficar mais tempo com você.
Peguei Helena no colo e enganchei a mochila juntamente com a bolsa no outro braço. Empurrei a porta e encontrei mamãe sentada no sofá assistindo TV e que nos olhou surpresa e talvez confusa.
- O que houve?
- Está tudo bem. - disse colocando Helana no chão e lhe entregando a mochila - Sobe pro quarto que mamãe já vai.
Helena foi até mamãe e lhe deu um beijo e depois subiu as escadas arrastando a mochila atrás.
- Está tudo errado, mãe. - disse me juntando a ela no sofá.
Mamãe pegou em minha mão e a segurou firme.
- Eu vi um grampo igual ao do homem da festa, o que me beijou, na gravata do Caio e do Cassiano. - Olhei para mamãe com lágrimas já na linha d'água dos olhos - Eu não sei mais o que pensar.
- Calma - disse ela me puxando para seu colo - E você acha que foi quem?
- Eu não sei - limpei as lágrimas que escorreram pelo rosto - Caio me disse que é um brinde que uma loja está destribuindo.
- Isso quer dizer que pode ser qualquer um - mamãe acariciava meu cabelo - e que também você talvez nunca mais volte ver esse homem.
Me levantei e olhei para mamãe que me olhava de volta com a expressão de impotência.
- Mas eu me sinto culpada, eu sinto que tudo isso foi culpa minha - disse tentando segurar o choro - Eu que deixei isso acontecer, o Lucas não merece nada disso.
- Você não fez nada, filha. - disse ela pegando em meu rosto - você foi enganada, você não teve nada a ver com isso.
- Caio disse a mesma coisa. - disse baixo.
- Então Caio está certo. - disse ela sorrindo.- Esqueça isso que tudo vai ficar bem.
- Obrigada, mãe. - disse abraçando-a.
Ela me soltou e beijou o topo de minha cabeça e fez-me sentir a pessoa mais amada do mundo.
- Onde está Héctor? - disse ao sentir sua falta.
- Ele disse que tinha uns assuntos para resolver na produtora.
- Mamãe! - ouvi Helena gritando do quarto.
- Acho que tem alguém te chamando. - disse ela sorrindo.
- Eu vou esquecer, por ela. - disse esboçando um sorriso.
Mamãe sorriu como se estivesse orgulhosa.
Quando cheguei ao quarto de Helena vi brinquedos espalhados para todos os lados possivéis e ela, minha pequena princesa, a réplica idêntica de Dyana e uma das minhas razões de viver em meio aos brinquedos alheia a todos problemas que o mundo em volta dela possuía.
Em alguns momento eu chegava esquecer que Helena era filha de Dyana e não minha, mas eu sentia como se ela tivesse saído de dentro de mim, como se eu a tivesse gerado e o único motivo que sempre fazia questão de me lembrar que existe uma mentira em tudo é a existência da Marcela, mãe de Dyana, que às vezes parecia que nasceu apenas para tornar a minha vida um inferno.
- Mamãe, vem desenhar comigo. - disse Helena estirando um giz de cera cor-de-rosa.
Caminhei até ela e sentei-me ao seu lado no chão do quarto e comecei a desenhar com ela me dando orientações de como desenhar um castelo de princesa.
Helena sempre foi meu ponto mais forte e também o mais fraco, assim como Lucas.
(Continua...)
Comentário:
Hi guys!! Me desculpem pela demora, eu sei que sou chata e demoro pra postar é que as vezes eu demoro umas duas semanas pra escrever o capítulo por falta de inspiração. Mas, agradeço a todos vocês guerreiros que não desistem nunca da fanfic!!! :)
E o que vcs acham? Que o Caio está falando a verdade? Que esse cara ainda vai dar muito o que falar? E essa Melissa sobrecarregada, será que vai aacabar aceitando a pressão de ir para Miami? hmmmm.
Espero as respostas nos comentários, Okay?
Beijinhus ;*
sexta-feira, 24 de abril de 2015
Um Pedaço de Mim - Capitulo 6 - 2° Temporada
Eu sempre odiava quando Lucas tinha que ir embora, talvez essa seria a explicação para que eu trabalhasse tanto, ocupava a mente com o marketing da Blook e acabava esquecendo do vazio que ficava dentro de mim com a ausência dele.
Estava enrolada no lençol da cama enquanto assistia Lucas saindo do banho ainda com minhas vistas embaçadas e fiquei imaginando como seria nossa vida quando estivermos casados, se ainda será preciso que eu trabalhe tanto para suportar a falta de Lucas ou se as coisas vão melhorar.
- Bom dia. - disse Lucas depositando um selinho na minha boca.
- Bom dia - disse sorrindo - Aonde vamos? - ironizei.
- Trabalhar, a estrada me espera.
Lucas ainda estava com os cabelos molhados e bagunçados e de calça, sua mão estava sobre o colchão quase ao encontro da minha, mas visível que tudo isso era minha tristeza de deixá-lo ir.
- Será que vai ser sempre assim? - disse desviando o olhar para um canto vazio do quarto. - Nós quase não ficamos juntos.
Lucas suspirou
- Tenho muitas pessoas lá fora que esperam por mim, Mel. - disse Lucas puxando meu rosto delicadamente pelo maxilar - Eu sempre vou voltar pra você e pra Helena, vocês são minha casa, minha vida.
Meu coração estava se desfazendo em trilhões de pedacinhos. Eu sabia que toda a nossa história, tudo que passamos teria um momento em que eu entraria em confronto com a carreira de Lucas, já que eu precisava ficar perto dele a todo momento.
Enquanto encarava Lucas uma lágrima escorreu e imediatamente a enxuguei e comecei a me levantar.
- Eu sei, eu sei... Eu só queria um pouco mais do tempo do meu noivo.
- Mel... - disse Lucas me olhando com o cenho franzido
- Não, Lucas tudo bem - disse em pé no quarto agarrada aos lençóis que antes estavam na cama - Pode ir, eu vou estar aqui quando voltar, aliás, sempre estou, não é mesmo?
- Mel não faz assim.
Entrei dentro do banheiro antes que eu começasse a chorar novamente.
As coisas estavam diferentes, eu o amava e ele me amava, disso eu não tinha dúvidas, mas parecia que nossa relação sempre era a mesma coisa e sempre acabava em discussão e isso estava acabando comigo. Entrei no chuveiro e tomei uma ducha e depois saí do banheiro e encontrei o quarto vazio, me troquei para o trabalho e desci as escadas.
Lucas estava com Helena no colo já arrumada para escola, pareciam brincar enquanto Lucas explicava que precisava ir.
- Mamãe, pede pro papai ficar. - disse Helena com a carinha de choro.
Peguei a pequena em meus braços e ela já enrolou os seus em meu pescoço chorando.
- Meu amor, o papai tem que ir trabalhar - disse encarando Lucas que me olhava de volta com um olhar de confuso e tristeza - Mas ele vai voltar para te ver de novo, logo logo.
- Promete papai? - disse ela olhando para Lucas com o rosto vermelho e cheios de lágrimas.
- Papai promete se você prometer que vai cuidar do seu peixinho certinho. - disse Lucas.
- Prometo, eu cuido! - disse ela acelerada como se dependesse da vida dela - Não é mamãe?
- É querida.
Lucas e eu apenas nos entre olhamos quando Lucas beijou o topo da cabeça de Helena e a encarou por alguns segundos como se quisesse registrar a imagem dela no canto mais profundo de sua memória para nunca mais esquecer.
- Papai ama você. - disse Lucas.
Lucas olhou em minha direção e me deu um beijo na testa e foi até saída e saiu.
- Mamãe, porque o papai não pode ficar pra sempre? - disse Helena me olhando enquando passava as mãozinhas gordinhas em meus cabelos.
- Porque o papai tem um montão de pessoas que trabalha com ele e se o papai não trabalhar essas pessoas também não trabalha, entende meu amor?
- Aham - disse tristonha.
- Você já tomou seu café da manhã?
- Não.
- Então vamos pra mamãe te deixar na escola.
Depois de tomar o café, peguei minhas coisas e a mochila de Helena e seguimos para carro e depois até a escolinha onde Helena estudava.
Quando estacionei o carro em frente a escolinha, já vi Marcela parada na frente da entrada e meu sangue congelou nas minhas veias como sempre acontecia quando via a mãe de Dyana com medo que ela falasse algo perto de Helena, sobre a verdadeira história do nascimento dela.
Saí do carro e logo em seguida Marcela veio até mim, antes que eu pudesse tirar Helena da cadeirinha.
- Bom dia Melissa! - disse Marcela.
- Bom dia. - respondi trêmula - O que você está fazendo aqui?
- Eu só vim ver se minha neta está bem.
- Ela não é sua neta.
- Não é isso que nós sabemos.
Meus punhos se fecharam contra o carro.
- Ela está bem, agora você já pode ir embora.
Marcela olhava para Helena dentro do carro que brincava com sua Barbie veterinária que havia comprado na sexta-feira.
- Como ela se parece cada dia mais com minha Dyana.
- Sua Dyana que você abandonou quando ela mais precisava de você.
- Porque você está tão alterada, Melissa? - disse ela me olhando com as sobrancelhas arcadas - Como está as coisas entre você e o Lucas? Será que eu devo me preocupar com a saúde familiar da minha neta?
- Eu já disse que ela não é sua neta - disse segurando o choro e grito entalado na garganta - E você está nos atrasando.
- Tudo bem, eu vou indo - disse Marcela respirando fundo - Mas, qualquer deslize seu, eu entro com uma ação de resgate de guarda da Helena.
Meu sangue ferveu e apenas tomei noção do que estava fazendo quando estava dando um tapa no rosto de Marcela.
- Melissa, você ainda vai se arrepender de tudo o que você está fazendo.
- Vai embora antes que eu me rebaixe ao seu nível e termino o que comecei. - disse com a voz trêmula.
Marcela deu meia volta e começou a andar em direção ao seu carro e foi embora. Respirei fundo antes de abrir a porta e começar a soltar os cintos de Helena.
- Mamãe, quem era aquela mulher?
- Uma doida.
- Mamãe, não pode xingar as pessoas.
Ótimo, Helena de quatro anos me dando lição de moral.
- Doida não é um xingamento, é uma condição mental - Falei como se Helena entendesse de saúde psicológica.
As vezes eu achava que Cassiano acordava todos os dias e ficava na frente do espelho repetindo : "Eu sou o cara que vai atormentar a vida da Melissa todos os dias." porque nada explicava a implicância com tudo que eu fazia e para ajudar ainda me veio com essa de ir para Miame, como se ele fosse o melhor chefe do mundo.
Hipócrita.
Quando cheguei em minha mesa havia um café de Dalila, como sempre fazia, e um bilhete sob o copo de papel:
"Mel, reunião com o Cassiano e o comitê dos sócios às 9h00."
Olhei para o relógio no pulso, era 8h54. Maravilha, vou chegar atrasada na reunião e o Cassiano vai comer meu fígado cru na frente de todos na reunião.
Peguei minha agenda, meu notebook e o café e sai as pressas rumo a sala de reuniões. Passei pela Heloísa, que estava em seu posto atrás da mesa de secretária do Cassiano.
- Eles já começaram? - perguntei
- Ainda não, mas vão começar já já.
- Obrigada, Helô! - disse mandando uma piscadela.
Empurrei a porta e entrei pedindo licenças para a sala com os três sócios da empresa, Cassiano, Caio e Dalila que estavam conversando sobre algo.
- Bom dia - disse me sentando ao lado de Dalila - me desculpem pelo atraso.
- Estávamos esperando pela senhorita. - disse um dos sócios.
Não sei o motivo, mas assim que ouvi a voz do sócio eu me lembrei que foi um dos sócios de Cassiano que queriam me levar para Miame, portanto poderia ser qualquer um dos três ali naquela mesa.
- Bem, eu convoquei essa reunião para tratarmos sobre o assunto da transferência da Melissa. - disse Cassiano.
- O que? - disse assustada - Que transferência?
Dalila e Caio ficaram me olhando surpresos tanto quanto eu.
- Nós sabemos que você não irá recusar a proposta de produzir o marketing em Miame depois de pensar o final de semana inteiro.
Como se eu tivesse pensado sobre isso nos últimos dois dias depois de ter beijado outro cara, deixado Lucas ir mais uma vez e Marcela perturbando minha vida.
- É claro que eu vou. - disse - Eu não posso ir e com certeza que existem outros profissionais na empresa que gostariam de ir.
- Mas não com o seu talento. - disse um dos sócios e por um segundo pensei em ser ele o responsável daquilo.
- Senhores me desculpem, mas essa proposta está inaceitável. - disse recolhendo minhas coisas - E se o assunto da reunião era somente esse, acho que a reunião já está encerrada.
Me levantei e fui em direção a porta da sala de reuniões e consegui observar pelo reflexo do vidro Cassiano ajeitando a gravata e um brilho vinha da presilha da gravata dele e por instinto virei-me e observei a mesmas presilha de gravata do cara que beijei pensando ser o Lucas na casa noturna.
Meu coração acelerou e minha respiração ficou presa. Seria Cassiano o cara da casa noturna?não deve ser. Não pode ser. Ele vivia para me atormentar e não para ter sentimentos por mim.
- Está tudo bem, Mel? - disse Caio se aproximando de mim.
Estava segurando o choro quando olhei para Caio e ali na sua gravata também estava a mesma presilha com o brasão, igual o de Cassiano e do homem da casa noturna.
Muito obrigada pelos comentários, leio todos ❤ continuem comentando, okay?
sexta-feira, 2 de janeiro de 2015
Um Pedaço de Mim - Capítulo 5 - 2° Temporada
(...)
- Você quer falar sobre ontem? - disse Lucas me olhando sério enquanto acariciava meu rosto com o polegar.
Apenas apertei os lábios e olhei com insegurança para Lucas enquanto me ajeitava debaixo dos lençóis.
- Se não quiser, tudo bem. - disse ele entrelaçando os dedos em meus fios.
- Eu só... - engoli seco.
- Eu fiquei preocupado com você. - disse ele.
- Eu não queria te preocupar, me desculpe. - disse.
Lucas me beijou na testa.
Não podia estragar isso, não poderia simplesmente falar para o Lucas que beijei outro cara achando que era ele, até porque ele não iria acreditar já que aquele homem nem de longe parecia com Lucas, não que tenha reparado muito, mas pelo que pouco percebi as diferenças eram visíveis.
Quando chegamos em casa durante a madrugada, não consegui pregar os olhos por um segundo com a culpa me corroendo por dentro e o medo de perder Lucas por algo que não prestei atenção.
Isso me dói.
- Preciso ver Helena. - disse me sentando na cama.
- Precisa de ajuda? - disse Lucas.
- Não, mas iria adorar que fosse. - sorri. Pela primeira vez desde a festa.
- Então eu vou. - sorriu.
Era por volta das 11h00 quando Lucas e eu fomos até o quarto de Helena que já tinha vários brinquedos espalhados pelo quarto e ela estava sentada no tapete brincando com suas inúmeras Barbies.
- Bom dia, princesa! - disse Lucas pegando Helena no colo. - Cadê o beijo do papai?
Helena deu beijo em Lucas.
- Papai a gente vai brincar hoje?
- A gente ia brincar? Quando disse isso? - disse Lucas franzindo o cenho.
- Ah papai - disse Helena quase chorando.
- Ai como esse papai é chato, viu! - disse pegando Helena do colo de Lucas - Claro que ele vai brincar com você, mas só mais tarde.
- Mas eu quero brincar agora, mamãe.
- Filha, você já tomou o café da manhã?- disse olhando sério para Helena.
-Já, a vovó Suzana me deu banho também.
- Ah, então está bem. - coloquei Helena no chão. - Ajuda o papai a guardar seus brinquedos nas caixas e depois você pode ir.
Helena começou a pegar as bonecas.
- Eu vou descer, toma cuidado com ela. - disse dando um selinho em Lucas.
- Ei, eu sou o pai esqueceu? Eu cuido dela. - disse rindo.
- Ah igual você deixou ela comer um pote inteiro de Nutella sozinha na bancada da cozinha? Tô sabendo. - ri.
- Uai, ela tava se divertindo, não tava filha?
- Aham. - Disse Helena inocentemente.
- Toma jeito. - ri.
Desci as escadas e fui até a cozinha onde me sentei na bancada e me servi com o café do bule.
Minha vida profissional estava tumultuada, não poderia deixar que minha vida pessoal saísse do controle.
Eu amo o Lucas e disso não tenho nenhuma dúvida e sei que por esse amor eu posso fazer coisas que até eu mesmo posso me surpreender e não vai ser um beijo insignificante que vai mudar isso.
- Bom dia Mel. - disse mamãe entrando na cozinha pela entrada da área dos fundos.
- Bom dia Mãe. - sorri.
- Como foi a festa?.
Perfeita, até o tarado ninfomaníaco aparecer e estragar tudo.
- Legal, me destraí um pouco.
- Eu vi quando chegaram cedo e de táxi, aconteceu alguma coisa?
- Mãe, para com isso.
- Isso o quê? - disse ela sentando dr frente pra mim.
- Esse seu jeito de quem não sabe de nada me fazendo entregar o jogo, você sempre faz isso, sempre.
- Que isso minha filha, eu só estranhei vocês chegando cedo, vocês sempre chegam quase amanhecendo.
- Porque não me pergunta o que eu fiz de errado? É mais fácil. - a encarei.
- Melissa, me conta o que houve e porque você tá angustiada, eu sou sua mãe, lembra?
Brinquei um pouco com o café respirei fundo e depois olhei novamente para mamãe.
- Eu beijei outro cara. - disse analisando-a.
- Que cara?
- Não sei, ele me surpreendeu pelas costas tapando meus olhos, naturalmente achei que fosse Lucas e eu acabei beijando-o sem me certificar. - disse passando as mãos pelas laterais da cabeça e entrelaçando os dedos atrás da cabeça enquanto sentia o vapor do café na ponta do meu nariz.
- Você contou pra ele?
- Não, não o Lucas iria querer saber quem foi, iria querer tirar satisfações e acabar com a festa do Leandro e tudo seria por culpa minha.
Ficamos as duas em silêncio.
- Eu devo contar? - disse olhando-a.
- O certo seria que você contasse, mas é o que seu coração tá pedindo? Você acha necessário? - mamãe se levantou e foi até meu lado do balcão e segurou minhas mãos - Ás vezes precisamos omitir algumas coisas de pequenas importâncias para que as coisas continuem como estão.
Fiquei em silêncio e mamãe me beijou no topo da cabeça.
- Obrigada mãe.- abracei-a.
- Bom dia. - disse Héctor entrando na cozinha.
- Bom dia. - sorri.
- Mel? - disse Lucas aparecendo na porta da cozinha com a Helena no colo.
- Oi.
- A gente tá indo na piscina, você quer ir com a gente?
- Tenho que resolver algumas coisas, podem ir. - sorri - Só toma cuidado com a Helena na água.
- Eu sei nadar, mamãe.
- Eu sei minha riqueza. - disse beijando Helena - Mas é que o papai que é meio atrapalhado.
- Eu estou aqui ainda, só pra constar. - disse girando o boné para trás.
- E tem como esquecer? - disse beijando Lucas.
- Eca, mamãe, para! - disse Helena apertando minha buchecha pra nos separar.
Começamos a rir.
- Vamos o papai vai te explicar sobre beijos e sobre que vc não vai pratica-lós tão cedo. - disse Lucas saindo.
Subi para meu quarto onde organizei tudo, tomei banho e voltei para a sala onde fiquei assistindo um filme e organizando as coisas para o trabalho no dia seguinte e quando estava no final da tarde Lucas chegou com Helena, ambos completamente molhados.
- Oi meu amor. - disse Lucas entrando.
- Que bonito hein! - disse ensaiando uma cara de brava.
- Ixi, mamãe tá brava. - disse Helena.
- Ainda bem que você já sabe - disse me levantando e cruzando os braços - São seis e meia, Lucas.
- Credo Mel, quase não vejo vocês e quando vejo não posso passar o dia com a Leninha? - disse Lucas aparentemente chateado.
- Pode, mas é que Helena tem horários e principalmente limites.
- Filha, sobe lá pro quarto que o papai já vai te dar banho. - disse Lucas.
Helena subiu as escadas e foi em direção ao quarto.
- Que bicho te mordeu? - disse Lucas.
- Me desculpa, mas é que não quero que ela se acostume errado.
- A gente só tava brincando, Melissa. - disse ele me encarando - Esqueceu que eu vejo vocês uma vez no mês? Você acha que eu não sinto a falta da minha filha?
- Nossa filha, Lucas. - disse virando o rosto enquanto meus olhos se inundaram.
Lucas se aproximou de mim e segurou a lateral do meu rosto com sua mão gelada pela água.
- Desculpa não foi isso que eu quis dizer.
O encarei e uma lágrima caiu.
- Sinto que você tá lutando por dentro por alguma coisa.
Nesse momento eu me segurei ao máximo para que não despejasse tudo em cima de Lucas de uma vez só e lembrei de mamãe e da conversa mais cedo e respirei fundo.
- A gente pode conversar depois? Tenho que terminar aqui e depois dar comida para Helena.
- Tudo bem, eu te espero lá em cima. - disse Lucas.
Eu sei que meu casamento que nem havia se concretizado ainda poderia ir por água a baixo pelo o que eu precisava contar para Lucas, mas aquilo estava me sufocando.
Depois de terminar o trabalho, Lucas deu banho em Helena que logo veio faminta para meus braços pedindo comida e lá foi eu com Helena no colo para a mesa de jantar onde todos começamos a jantar.
Logo depois do jantar Lucas e eu subimos com Helena para o quarto dela onde ficaríamos até que ela pegasse no sono.
- Papai, canta pra mim? - disse Helena sentada na cama.
- Qual você quer? - disse ele.
- A música que você fez pra mamãe.
Lucas pegou Helena no colo e começou a cantar.
- Todos dias falta algo em mim
E me recordo de você / Eu quero correr até seu encontro /Porque mais nada me importa, apenas a vontade de te querer / Te amar não foi uma escolha, foi um destino/ E quando me contro assim /
É porque me falta o pedaço que você já se tornou de mim /Mais nada nesse mundo pode haver / Porque a cada pedaço de mim, há um pedaço de você.
Enquanto Lucas cantava a música que havia composto para mim de presente de noivado percebi que não poderia contar nada para Lucas e deveria esquecer de tudo o que aconteceu naquela festa, já que apenas eu, o cara e mamãe sabiam do que havia acontecido e a partir daquele momento esse dia nunca existiu.
Helena durmiu enquanto Lucas cantava, então Lucas a arrumou na cama, colocou o cobertor em cima dela e saímos do quarto.
- Ela gosta muito dessa música. - disse Lucas.
- Eu também, minha preferida. - sorri.
Entramos em nosso quarto e logo me sentei na cama e tirando os chinelos enquanto Lucas tirava a camisa.
- Vou viajar amanhã. - disse Lucas.
- Mas já? - disse.
- Eu sei, eu queria poder ficar mas tempo com vocês é tudo o que eu quero, mas eu preciso ir.
- Você sabe que eu odeio quando preciso me despedir de você, toda vez é como se você tivesse indo para nunca maia voltar.
- Ei, nada disso - disse Lucas sentando-se ao meu lado e pegando em meu rosto - Sempre eu vou voltar, sempre.
- Porque você sempre dá um jeito. - disse prevendo suas próximas palavras.
- Que linda até decorou. - disse Lucas sorrindo.
- Não tem graça. - disse segurando o riso.
- Claro que não, porque você tem toda a graciosidade do mundo. - disse ele me roubando um selinho.
- bobo. - sorri beijando-o novamente.
Lucas me impulsionou para trás me deitando sobre a cama, o beijo foi cada vez mais aumentando o fulgor quando me lembrei de algo.
- Espera ai. - disse um pouco ofegante.
- O que foi? - disse Lucas.
- Comprei uma coisinha quando fui levar a Helena ao shopping. - sorri.
- E o que é? - disse Lucas beijando meu pescoço.
- Calminha - digo empurrando Lucas - já volto.
Entrei no banheiro carregando uma sacola, tranquei a porta e comecei a tirar a roupa e a vestir uma lingerie que havia comprado.
- Lucas, tranca a porta. - disse do banheiro.
- Meu benzinho, foi a primeira coisa que fiz. - risos.
Sorri.
Passei um óleo aromatizante no corpo e depois a abri a porta e coloquei só a cabeça para fora.
- Fecha o olho. - disse rindo.
- Ai ai - disse Lucas fechando os olhos enquanto eu saía do banheiro.
- Não é para abrir!
- Tá fechadinho.
Enquanto eu me aproximava de Lucas me sentando sobre suas pernas Lucas pegou em minhas cochas e sentiu o óleo.
- Sinto cheiro de castanhas. - disse ele sorrindo.
- Pode abrir. - susurrei em seu ouvido.
Lucas abriu os olhos e logo percorreu meu corpo com seus olhos.
- Aí você que matar papai. - risos.
- Vai ficar só olhando? - disse com as mãos nas cinturas.
Lucas sorriu pegou em minha cintura e me virou deitando-me sobre a cama enquanto estava sobre mim.
- Não me mande duas vezes. - disse ele logo me dando um beijo longo.
(Continua...)
P.S. A música não existe, ela foi criada por mim apenas para esse capítulo.
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Beijinhus 😘
segunda-feira, 22 de dezembro de 2014
Um Pedaço de Mim - Capítulo 4 - 2° Temporada
(...)
Depois de alguns minutos chegamos a uma casa noturna conhecida de Goiânia onde já se estendia uma fila enorme do lado de fora para entrar, o carro que estávamos entrou em um estacionamento reservado para que não houvesse tumultuo.
Ao entrarmos na casa noturna percebemos que a decoração estava incrível, com cortinas de veludo vinho nos pilares, o bar todo decorado com taças de alumínio relembrando muito os estilo medieval das taças e todos ali já estavam mascarados.
- Ei.. - disse Lucas pegando em minha cintura.
- Oi.
- Cuidado pra não me confundir. - risos.
- Nunca. - disse parando em sua frente. - Você é inconfundível.
- Assim que eu gosto - risos.
Lucas me beijou.
- Ah, e se você beijar alguma coisinha por aí e dar a desculpa que me confundiu eu te mato. - sorri ironicamente.
- Que medo. - disse ele rindo.
- É bom mesmo ter medo. - disse pegando em sua mão e puxando para em direção ao Leandro que arrumava as coisas na mesa do DJ, que no caso é ele.
- Tá tudo pronto aí, mestre da festa? - disse enquanto Lucas me abraçava pelas costas.
- Quase - disse ele ajeitando o headphone - tô nervoso.
- Calma brother, se vai botar essa casa pra ferver! - disse Lucas tentando tranquiliza-lo.
- Espero... Olha lá já estão liberando a entrada. - disse ele mostrando a casa enchendo rapidamente.
- A gente vai te deixar arrumar as coisas ai - disse - Vamos tomar alguma coisa, amor? - disse olhando para Lucas.
- Vamos. - disse Lucas.
Ele deu um abraço em Leandro e depois fomos até o bar onde peguei um coquetel e o Lucas apenas um energético.
- Como tá cheio isso aqui - disse.
- Isso porque não entrou todo mundo ainda. - disse ele dando um gole no energético.
- Será que alguém vai reconhecer a gente? - disse.
- Espero que não tenha bagunça, vamos lá pra cima? - disse Lucas pegando em minha mão.
A casa noturna tinha uma parte de cima que funcionava como camarote e onde eu e Lucas ficaríamos. Começamos a andar em meio as pessoas já na pista, muitas mulheres bem vestidas e bonitas, muitos homens vestidos elegantemente que male má parecia que estávamos em uma casa noturna.
Enquanto subíamos para o camarote a voz de Leandro ecoou nas caixas de som iniciando o som e no toque "We'll Be Coming Back" de Calvin Harris com algumas modificações próprias de Leandro chegamos na parte de cima onde já dava para ver as dezenas de pessoas lá em baixo e as pessoas enchendo o espaço do camarote.
Lucas me abraçou pela cintura e com uma mão tirou uma mecha de cabelo de frente do meu rosto e colocou atrás da minha orelha.
Sorri.
- Eu senti tanto sua falta esses dias. - disse ele - cada cidade que eu ia, cada rosto que via nos shows eu procurava você, tava punk.
- Nem me fala - olhei para baixo e depois me juntei ao seu corpo - as vezes eu gostaria que não houvesse nada disso. Nada de shows, de fama, de responsabilidades e que pudéssemos ficar juntos sempre, como éramos adolescentes.
- Eu também penso nisso, mas é meu trabalho, eu não posso largar tudo.
- Eu sei, é o seu sonho e se você está feliz - olhei para Lucas e sorri - Eu também estou.
Lucas sorriu e me beijou na testa.
- Com licença, você é o Lucas né? - disse uma moça ruiva acompanhada de duas moças morenas.
Lucas sorriu.
- Aham. - disse ele.
- Ai meu Deus, tira uma foto com a gente? - disse a ruiva.
- Claro, cadê o celular? - disse Lucas.
A moça pegou o celular da bolsa e entregou para Lucas.
- Mor, tira a foto? - disse Lucas esticando o celular.
Peguei o celular e tirei a foto das três moças que quase subiam uma em cima da outra para ver quem saía mais perto de Lucas e depois devolvi o celular.
- Melissa, não é? - disse uma das morenas.
- Isso. - sorri envergonhada.
- Eu acompanho você no instagram e a Helena é linda, parabéns. - disse ela.
- Ah, Obrigada. - sorri ruborizada.
Eu sempre ficava sem jeito quando alguém me reconhecia na rua, no semáforo, nas lojas de roupas, no consultório pediátrico da Helena e todos os lugares possíveis.
- Lucas, tira outra comigo? - disse a outra morena.
- Tiro sim. - disse Lucas gentilmente.
- Amor, eu vou lá no bar já volto. - disse.
- Tudo bem - disse ele.
Peguei meu copo que estava em cima de uma das mesinhas e fui bebendo o resto até chegar no bar no camarote onde pedi um caipirinha e fiquei sentada no balcão esperando que as mulheres fossem embora, não que eu me incomodasse, mas que seria até para que Lucas ficasse mais livre.
- Melissa? - disse o Barman na minha frente.
Desviei o olhar do Lucas para o homem em minha frente.
- Eu? - disse confusa.
- Não tá me reconhecendo?
- Não, me desculpa. - disse morrendo de vergonha por não ele saber que eu era e eu nem se quer tinha ideia de quem era.
- Puta que pariu, o Raphael do colégio. - disse ele arrancando a máscara.
- Rapha! - disse boquiaberta.
- Ufa, a fama não subiu na cabeça na - disse com a mão no peito - Como se tá, menina?
- Rapha você tá muito diferente. - disse ainda abismada.
O antigo amigo purpurina até parecia mais heterossexual que o próprio Lucas, sem falar no loiro que virou moreno e o músculos um pouco mais avantajados.
- É algumas coisa mudaram sim - disse ele mostrando a mão com uma aliança prata no dedo anelar.
- Você tá namorando. - disse sorrindo.
- Com muita dificuldade, mas encontrei o cara. - disse ele fazendo minha caipirinha.
- E como ele é? - disse.
- Em que sentido? - ele me olhou e riu - Brincadeira...
Rimos.
- Edu, vem cá! - disse Rapha chamando outro barman.
Se tratava de um moreno de tinha seus 1,65 de altura, moreno e barba por fazer.
- Edu esse é Melissa, estudamos juntos o ensino médio. - disse Rapha.
- Você é a noiva daquele cantor de sertanejo, não é? - disse ele.
- Eu mesmo, a mascara não tá fazendo nem efeito né?! - ri.
- Prazer, Eduardo. - disse ele apertando minha mão.
- Edu e eu estamos juntos há dois anos. - disse Rapha.
- Eu estou muito feliz por você, Rapha. - disse sorrindo enquanto ele me entregava a caipirinha.
- E o Lucas, onde está? - disse Rapha.
- Ali atrás com umas garotas tirando foto. - apontei com o polegar por cima dos ombros.
- Mulher, você que não toma cuidado não que elas vão roubar seu bofe. - disse Rapha.
- Vão não - ri - O Lucas sabe o que acontece se ele me trair, eu desapareço da vida dele com a Helena.
- Ah é, vocês adotaram uma menina. - disse Eduardo.
Prendi os lábios e assenti.
Para a mídia, Helena era adotada até porque eles me viam com Lucas sem nenhuma barriga de grávida e do dia para noite eu apareço com um bebê essa seria a única saída, mas para Helena como cuidamos dela desde quando estava dentro de Dyana ela seria realmente nossa filha biológica.
- Ela parece uma princesa, igual a mãe adotiva né. - disse Rapha rindo.
- Ah que exagero Rapha, ela é linda, eu nem tanto.
- Modesta desde sempre.
Ri.
- Mel, eu preciso trabalhar a gente marca de se ver de novo. - disse Rapha.
- Tudo bem, não quero te atrapalhar.
- Agora bebe sua caipirinha ai. - disse ele colocando a máscara novamente e saindo junto com Eduardo.
Havia ficado muito feliz com aquele reencontro, com uma das pessoas que fez parte da minha vida e em um dos períodos mais importantes e ainda mais saber que o Rapha estava com alguém e feliz, ele merecia tudo aquilo e até mais. Peguei meu copo e levei até a boca e de repente senti duas mãos cobrir meus olhos e ao mesmo tempo um sorriso se abriu no meus lábios, pois eu sabia que era Lucas apenas gostaria que ele estivesse ali um pouco antes para conversar com Rapha também e conhecer Eduardo.
- Oi meu amor, você não vai acreditar em quem eu encontrei aqui...
- Shhh... - a voz sussurrou em meu ouvido ainda cobrindo meus olhos.
As mãos mudaram de posição tapando meus olhos, mas desta vez parecia que Lucas estava parado em minha frente em pé enquanto eu continuava sentada.
- Lucas - risos - deixa eu abrir os olhos, seu bobo. - disse segurando seus punhos.
Senti a sua aproximação e senti seus lábios tocarem os meus. O beijo estava diferente, um beijo mais doce, mas firme e com um certo desejo envolvia suas mãos em meu rosto, mas alguma coisa não estava certo, eu sentia Lucas com o cabelos mais cumpridos na nuca e algo que parecia uma barba em seu queixo.
NÃO.
NÃO PODE SER!
Abri os olhos rapidamente me projetando para trás e me deparei com um cara que nem de longe lembrava Lucas.
- Sai daqui, idiota - disse empurrando o cara que fiz questão de nem reparar mais nada naquele homem.
Entrei em desespero, não podia ter acontecido aquilo. Me levantei as presas.
- Espera... - disse a cara segurando meu braço.
- ME SOLTA! - gritei.
Algumas pessoas ouviram, mas a maioria não pela música alta.
Virei para trás de olhos fechados, pois não queria dar rosto ao meu erro e puxei meu braço forca e abri os olhos antes de virar e vi algo brilhar na gravada do homem, um grampo de gravata com um brasão dourado com uma pedra pequena de que parecia ser rubi, mas foi a única coisa que vi naquele homem.
Saí correndo em direção ao banheiro, desesperada, sem ar e com os olhos cheios de lágrimas.
Eu traí o Lucas, eu beijei outro homem que não era o amor da minha vida, como eu havia sido burra e/ou ingênua.
Me apoiei na pia do banheiro com as mãos e me encarei no espelho.
- Melissa porque você fez isso? - disse enquanto arrancava a máscara.
Me olhei novamente para o espelho e desejei que eu nunca tivesse saído de casa naquela noite, que eu não tivesse me afastado de Lucas na festa e agora eu estava ali quase chorando, desesperada e com a culpa do tamanho de uma bigorna sobre a cabeça.
Peguei um punhado de água da torneira e pus na boca tentando limpar os tratos dos lábios de outro homem em mim. Eu precisava me recuperar e precisava encontrar Lucas, não queria mais ficar um segundo ali e correr o risco de trombar com esse idiota de novo.
Me enxuguei, retoquei o batom e voltei para festa tentando não chorar enquanto andava em zig-zag entre as pessoas e enquanto estava chegando na escada para saída encontrei Lucas subindo a escada.
- Oi meu amor, eu estava te procurando. - disse Lucas.
- Lucas, vamos embora? - disse com as vistas embaçadas pelas lágrimas.
- O que houve? Porque você tá chorando?- disse ele preocupado.
- Por favor, vamos embora. - disse abraçando Lucas e comecei a chorar.
- Vamos embora. - disse ele me beijando o topo de minha cabeça.
Pegamos um taxi para voltar para casa já que o carro precisava ficar para Leandro voltar. Durante todo o caminho de volta para casa nós não trocamos nenhuma palavra, mas Lucas ficou todo o tempo me fazendo carinho.
Eu sabia que ele estava preocupado, mas sei também que ele não iria me questionar se eu não quisesse falar sobre o que havia acontecido, mas isso não diminuía nem um pouco a minha enorme parcela de culpa de confundir Lucas por um qualquer.
(Continua...)
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Beijuuuus ;*
quarta-feira, 17 de dezembro de 2014
Um Pedaço de Mim - Capítulo 3 - 2° Temporada
(...)
O som das ondas do mar quebrando na praia, o vento leve arrebatando o meu cabelo para trás dos ombros e a brisa do mar tocando meu rosto era o que tornava aquele lugar quase utópico. O lugar me parecia familiar, mas eu nunca estive ali, talvez o conhecia de fotos.
Era Miami.
A cidade que eu idealizava, das praias paradisíacas e de arquiteturas luxuosas das casas a beira mar, mas como cheguei aqui? Será que eu aceitei a proposta de Cassiano? Mas, porquê? O que aconteceu com Lucas? Cadê a Helena?
Minha visão começou a ficar turva, meu coração a acelerar, parecia estar a beira de um infarto com o corpo todo formigando e uma dor forte no peito me impedindo de respirar e de repente tudo se apagou.
Acordei puxando o ar do jeito mais desesperado que podia, como se saísse debaixo d'água depois de um longo tempo sem respirar e encontrasse o ar.
- Ei, ei... tá tudo bem, calma! - disse uma voz pegando na no meu rosto.
Não consegui ver por causa do escuro, mas reconheci a voz.
- Lucas? - disse ofegante do susto.
- Sou meu amor, calma. - disse ele me dando um selinho.- Vou pegar água pra você. - disse ele se afastando.
Lucas acendeu a Luz abajur do lado da cama e eu o vi apenas de cueca samba canção indo em direção a porta.
Será que eu nunca terei paz do trabalho? Eu queria muito dormir e descansar tanto o meu físico como meu psicológico, mas o bendito do Cassiano não se satisfazia em me ver atormentada pelo excesso de trabalho tinha que aterrorizar minha cabeça. Mas, afinal quem era esse sócio que tanto me queria na equipe? Tão pouco importa, sendo que isso está fora de cogitação.
- Aqui, meu amor. - disse Lucas sentando em minha frente e me entregando o copo.
Peguei o copo e comecei a tomar e depois segurei a base com a palma da minha mão entre minhas pernas cruzadas na cama.
- Tá melhor? - disse ele com a mão sobre meu joelho.
- Tô, acho que foi um sonho ou um pesadelo, sei lá. - disse ainda confusa.
- Você tava se mexendo muito na cama antes de acordar.
- A quanto tempo você chegou?
- Faz umas duas horas mais ou menos.
- Não me acordou, eu fiquei te esperando.
- Preferi não te acordar, parecia estar tão cansada nas ligações que não achei justo te acordar.
Coloquei a mão em cima da sua e sorri.
- Estava com saudades. - disse.
Lucas pegou o copo e colocou no criado mudo e em seguida começou a me beijar suavemente.
- Eu estava contando as horas pra te ver. - disse Lucas colocando uma mecha do meu cabelo atrás da minha orelha.
- Nunca mais fique tanto tempo longe de mim. - disse acariciando seu rosto.
Ele sorriu e me deu um selinho demorado.
- Desculpa, eu vou tentar. - disse ele deitando ao meu lado e me abraçando enquanto eu me aninhava em seu peito.
- Agora descansa, dá pra ver "excesso de trabalho" estampado no seu rosto. - disse ele nos cobrindo.
E bastou que eu fechasse os olhos novamente para cair no sono, mas agora nos braços do Lucas.
A luz do dia já amanhecido já irradiava dentro do quarto pela janela quando abri os olhos. Havia dormido como um bebê, tinha realmente descansado como isso dependesse doa braços de Lucas para acontecer. Passei as mãos no rosto como faço todas as manhãs e reparei que Lucas não estava mais na cama então me levantei e fui até o banheiro onde encontrei o Lucas perto da banheira intertido que não percebeu minha presença. Cheguei mais perto e o abracei pelas costas, passando minhas mãos pelo seu peito definido até estar completamente colada ao seu corpo novamente e encostei meu rosto em suas costas.
- Hmmmm - murmurou Lucas - que bom dia gostoso. - disse ele pegando minha mão e beijando-a.
- Bom dia! - disse sorrindo.
- Bom dia, coisa linda. - disse ele beijando a ponta de meu nariz.
Que saudade eu estava dele, do que ele fazia e de tudo que envolvia Lucas me fazia falta.
- O que você tá aprontando aí? - disse me inclinando para o lado para tentar ver o que tinha na banheira.
- Era surpresa, mas você é muito curiosa - disse ele rindo.
- Eu curiosa? - risos.
- É - disse ele rindo.
Olhei novamente e vi que a banheira estava cheia, com espuma e algumas pétalas de rosas aromáticas.
- Que lindo - disse olhando para o Lucas - é pra mim tudo isso?
- Não. É pra a gente. - disse ele sorrindo e eu sorri se volta.
Depois de Lucas ter terminado de arrumar a banheira, Lucas tirou a roupa e entrou na banheira.
- Você não vem? - disse ele jogando um pouco de água em minha direção.
Tirei a roupa e entrei na banheira que não era muito grande, mas que cabia confortavelmente nós dois. Encostei minhas costas no peito de Lucas e seus braços passaram pela minha cintura.
- Tá boa a água? - disse Lucas.
- Melhor impossível. - sorri apoiando minha cabeça na clavícula de Lucas.
- E como tá o trabalho? - disse ele jogando água cuidadosamente sobre meu ombro onde a água não chegava.
- Terrível como sempre, mas eu tenho uma coisa pra te contar... - disse meio insegura.
- O que?
- Meu chefe, o Cassiano Alencar, me fez uma proposta.
- O que aquele indecente te disse? - disse Lucas sério.
- Calma - risos - É sobre o trabalho, ele não nem maluco de dar em cima de mim.
- Bom mesmo. - disse ele. - E o que foi que ele te propôs?
- Ele disse que tem um sócio dele que gostou muito do meu trabalho no site que eu estava desenvolvendo com o pessoal pra empresa e que gostaria que eu fosse desenvolver o novo projeto de Marketing da empresa desse sócio. - disse de olhos fechados enquanto o Lucas me massageava nas costas.
- Que bom meu amor, é uma chance de você conseguir uma promoção.
- É, mas tem um problema. - disse me virando de frente para Lucas.
Meu coração acelerou e senti meu corpo se arrepiar de medo.
- Que problema Mel? - disse ele me olhando confuso.
- A empresa desse sócio é em Miami.
Lucas franziu o cenho enquanto me encarava sério.
- Mas você pode trabalhar pra ele aqui no Brasil, muitas empresas são assim. - disse ele.
- Eu sei meu amor, eu não sei o porque ele quer que eu fosse para lá, mas eu já recusei a proposta não posso largar tudo aqui por um emprego. - disse pegando sua mão.
- Ele reagiu como?
- Me deu até o final do mês para dar uma resposta definitiva, mas eu já dei a minha resposta final.
Lucas ficou quieto apenas ficou observando nossas mãos unidas entre a espuma. Meu coração batia tão forte que pensei que iria sair pela boca, o medo de ter deixado Lucas inseguro ou com algo parecido estava se tornando culpa ao vê-lo preocupado.
- Ei, não fica assim! - disse me aninhando em seus braços novamente - Eu não vou embora, Nunca mais.
Lucas me acariciou no cabelo e me beijou no ombro.
- Não sei se suportaria te ver partir pela segunda vez Melissa, mas eu quero que você viva seus sonhos.
- Esse é meu sonho - disse me sentando no colo de Lucas de frente para ele.
Ele me olhava com os olhos cheios de lágrimas, fazendo-me me arrepender de tudo o que havia contado para ele.
- Meu sonho é você, Lucas. - disse segurando as laterais de seu rosto delicadamente e olhando dentro de seus olhos castanhos claro.
Senti suas mãos segurar minha cintura firme e ao piscar Lucas deixou uma lágrima escorrer.
- Eu amo você. - disse ele me beijando enquanto segurando minha nuca com uma mão.
Senti Lucas percorrer meu corpo em meio a água da banheira e seu sorriso iluminou meu dia, o mesmo sorriso que me faz falta todos os dias quando acordo e o mesmo que me faz sorrir sem motivos.
Enquanto nossos corpos estavam colados dentro da banheira, percebi que não poderia abrir mão de Lucas mais uma vez, não poderia dar o luxo de estragar as nossas vidas pela segunda vez, pois a última vez que deixei que isso acontecesse acabei matando minha melhor amiga e iludindo um cara que merecia uma mulher que o amasse da mesma intensidade e tudo isso porque deixei o amor da minha vida escapasse entre meus dedos e ir para Miami seria querer cometer os mesmos erros.
Desci para tomar café com Lucas já era por volta as 11h00 estava bem mais descansada do que se tivesse dormido três dias seguidos, pois a presença de Lucas, o toque, o cheiro dele sempre me renovava e tê-lo ali depois de um mês mais estressante do ano foi como passar um ano em um mosteiro.
- Bom dia! - disse ao encontrar Héctor na sala lendo o jornal do dia.
- Bom dia Mel - disse ele ainda olhando para o jornal.
- Bom dia, Héctor. - disse Lucas logo atrás de mim.
- Ah oi Lucas, não sabia que viria hoje. - disse Héctor retirando os óculos e sorrindo para Lucas.
- Cheguei de madrugada, como tá as coisas lá na produtora? - disse Lucas se sentando na poltrona ao lado de Héctor.
- Meu amor eu vou lá na cozinha, quer alguma coisa? - disse passando as mãos em seu ombro por trás do sofá.
- Eu já vou lá, precisa se preocupar não. - disse ele beijando minha mão.
Segui para a cozinha onde encontrei Helena na cadeirinha perto do balcão da cozinha com mamãe sentada á mesa tomando café enquanto olhava Helena brincando com os pedacinho de maçã cortados.
- Bom dia riqueza da mamãe. - disse beijando Helena.
- Bumdinha mamãe. - disse ela com a boneca Barbie em seu colo.
-Bom dia mãe - disse dando um beijo em seu rosto - Desculpa ter demorado e não ter te ajudado a cuidar de Helena.
- Tudo bem Mel, entendo que você esteja cansada. - disse mamãe compreensiva como sempre - Vai tomar café agora?
- Vou esperar o Lucas. - disse sentando na cadeira ao lado de mamãe e olhando para Helena sorrindo.
- PAPAI. - disse ela esticando os bracinhos em direção a Lucas que estava parado apenas com a cabeça para dentro da cozinha.
- Cadê o papai? - disse Lucas fingindo não ser com ele.
- Papai para de ser burro, você é o papai. - disse Helena.
Mamãe e eu caímos na risada.
- Você tem razão - disse Lucas entrando e indo na direção de Helena - e eu sou papai dessa coisinha mais linda, é? - disse Lucas pegando Helena no colo.
- É! - disse Helena passando os bracinhos em volta do pescoço de Lucas e o abraçando.
Lucas sorriu.
- Papai, cadê minha surpresa? - disse Helena encarando Lucas.
Lucas me olhou com cara de quem havia esquecido de trazer alguma coisa para Helena.
- Ixi Leninha, acho que o papai...- disse Lucas enquanto Helena já fazia cara de choro - te trouxe um presente e ele tá lá na sala! - disse Lucas soltando Helena enquanto ela corria em direção a sala.
- O que você trouxe? - disse mamãe.
- É trouxe ...
- AI MEU DEUS MAMÃE, EU GANHEI UM NEMO! - Disse Helena gritando da sala toda feliz.
- Um peixe, Lucas? - disse
Mamãe foi para a sala olhar Helena com Héctor.
- Um peixe de ouro, porque o preço daquela coisinha é absurdo. - disse Lucas.
- Ela vai matar esse peixe em 2 dias. - disse preocupada com os próximos dias de chororô de Helena se isso acontecer.
- Não vai não, ela vai se comportar direitinho. - disse Lucas me dando um selinho.
- Até porque ela puxou a mãe. - disse rindo.
- Ah é senhora responsável - disse Lucas sorrindo - Hoje a noite temos uma festa pra ir, um baile de máscaras.
- De quem é essa festa?
- Eu sei lá, foi o Zoca que chamou a gente ele disse que vai tocar nessa festa.
Risos.
- Tá, a gente vai. - disse beijando Lucas.
- MAMÃE VEM VER MEU NEMO! - gritou Helena da sala.
Estava me vestindo enquanto Lucas estava sentado na cama brincando com Helena. Lucas estava do jeito que o mais gostava que ele se vestia, de calça e camisa social pretas e com o cabelo ajeitado com gel, até parecia que iria para alguma coisa importante, mas é o tema da festa a roupa social com a máscara e o meu problema era exatamente esse: Qual roupa ir?
- Amor, coloca aquele seu vestido de alfaiataria de manga comprida e que tem aquela boca larga lá. - disse Lucas.
- Flare papai. - disse Helena.
- Me desculpe professorinha de Moda. - disse ele com ironia.
- O branco? - disse.
- É.
O vestido que o Lucas havia se referido é um dos meus favoritos, mas era o único que não havia pensado. Me vesti, fiz a maquiagem marcando os olhos e a boca com um batom arroxeado e perolado, coloquei um meia pata preto e só faltava uma coisa: A máscara.
- Lucas se o baile é de máscaras, onde estão as nossas?
- Não se exalte minha donzela - disse Lucas levantando e indo em minha direção - o Leandro está trazendo as nossas. - Lucas me deu um selinho.
- Eca! - disse Helena franzindo o nariz.
Comecei a rir.
- Eca o que, filha?
- Você beijando o papai - disse Helena brincando com a Barbie que havia dado no dia anterior.
- Vem filha, deixa o papai te contar uma coisa... - disse Lucas pegando Helena no colo - Quando você crescer e ficar bem gata igual sua mãe, vários rapazes vão ficar no seu pé querendo te beijar e você vai querer beijar eles...
- Eca papai, eu não vou não. - disse Helena
- Claro que vai, só que como papai te ama muito, papai vai matar todos eles.
- Lucas! - disse repreendendo-o.
- Que foi? Marmanjo nenhum metido a garanhão vai ficar beijando minha filha não.
- Mas você, seu safado, gosta de ficar beijando a boca das filhas dos outros né. - disse dando um tapinha de leve no ombro de Lucas.
- Correção: Da filha do sogrão. - disse dando um selinho em mim.
- Papai eu não quero beijar na boca de ninguém, é nojento.
- Que bom minha princesa que você acha isso, continue pensando assim até os seus 30 anos.
- Tá papai. - disse Helena.
Eu iria responder Lucas, mas Héctor bateu na porta e logo em seguida entrou apenas com a cabeça para dentro do quarto.
- Desculpa interromper Mel, é que o Leandro tá lá embaixo. - disse Héctor.
- Tudo bem Héctor, a gente já vai descer, obrigada. - sorri.
Ele sorriu e fechou a porta novamente.
- Você vai obedecer direitinho a vovó, meu amor? - disse arrumando o cabelo de Helena.
- Aham - acenou Helena.
- Não vai dormir tarde e não é quando a vovó falar pra desligar a TV é pra obedecer, tá?
- Tá.
- Eita que mamãe mais preocupada. - disse Lucas.
Descemos para a sala onde encontramos Leandro e logo ele pegou de cima do sofá duas máscaras estilo século XVIII. Uma preta e uma branca, de veludo e com um elástico para prender atrás da cabeça.
- Tava adivinhando quando peguei essas máscaras. - disse Leandro rindo.
Eu e o Lucas estavam exatamente um de branco e outro de preto.
- É telepatia de irmãos, fi. - disse Lucas rindo enquanto segurava Helena pela mão.
- Como você tá, cara? - disse Leandro abraçando Lucas.
- Melhor impossível. - disse Lucas.
- Vamos? - disse.
- Opa, simbora. - disse Leandro.
- Tchau meu amor e obedece a vovó tá?! - disse beijando o topo da cabeça de Helena.
- Tá mamãe.
- Tchau princesa, amanhã só nos dois vamos lá na piscina fazer a bagunça. - disse Lucas beijando Helena.
Ela riu.
- Tchau baixinha. - disse Leandro.
- Tchau tio zoca. - disse Helena nos braços de mamãe.
Me despedi de Héctor e mamãe e emfim seguimos no carro de Lucas em direção a casa noturno onde aconteceria a festa que seria comandada por Leandro.
(Continua...)
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