segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Um Pedaço de Mim - Capítulo 4 - 2° Temporada

(...)

Depois de alguns minutos chegamos a uma casa noturna conhecida de Goiânia onde já se estendia uma fila enorme do lado de fora para entrar, o carro que estávamos entrou em um estacionamento reservado para que não houvesse tumultuo.
Ao entrarmos na casa noturna percebemos que a decoração estava incrível, com cortinas de veludo vinho nos pilares, o bar todo decorado com taças de alumínio relembrando muito os estilo medieval das taças e todos ali já estavam mascarados.
- Ei.. - disse Lucas pegando em minha cintura.
- Oi.
- Cuidado pra não me confundir. - risos.
- Nunca. - disse parando em sua frente. - Você é inconfundível.
- Assim que eu gosto - risos.
Lucas me beijou.
- Ah, e se você beijar alguma coisinha por aí e dar a desculpa que me confundiu eu te mato. - sorri ironicamente.
- Que medo. - disse ele rindo.
- É bom mesmo ter medo. - disse pegando em sua mão e puxando para em direção ao Leandro que arrumava as coisas na mesa do DJ, que no caso é ele.
- Tá tudo pronto aí, mestre da festa? - disse enquanto Lucas me abraçava pelas costas.
- Quase - disse ele ajeitando o headphone - tô nervoso.
- Calma brother, se vai botar essa casa pra ferver! - disse Lucas tentando tranquiliza-lo.
- Espero... Olha lá já estão liberando a entrada. - disse ele mostrando a casa enchendo rapidamente.
- A gente vai te deixar arrumar as coisas ai - disse - Vamos tomar alguma coisa, amor? - disse olhando para Lucas.
- Vamos. - disse Lucas.
Ele deu um abraço em Leandro e depois fomos até o bar onde peguei um coquetel e o Lucas apenas um energético.
- Como tá cheio isso aqui - disse.
- Isso porque não entrou todo mundo ainda. - disse ele dando um gole no energético.
- Será que alguém vai reconhecer a gente? - disse.
- Espero que não tenha bagunça, vamos lá pra cima? - disse Lucas pegando em minha mão.
A casa noturna tinha uma parte de cima que funcionava como camarote e onde eu e Lucas ficaríamos. Começamos a andar em meio as pessoas já na pista, muitas mulheres bem vestidas e bonitas, muitos homens vestidos elegantemente que male má parecia que estávamos em uma casa noturna.
Enquanto subíamos para o camarote a voz de Leandro ecoou nas caixas de som iniciando o som e no toque "We'll Be Coming Back" de Calvin Harris com algumas modificações próprias de Leandro chegamos na parte de cima onde já dava para ver as dezenas de pessoas lá em baixo e as pessoas enchendo o espaço do camarote.
Lucas me abraçou pela cintura e com uma mão tirou uma mecha de cabelo de frente do meu rosto e colocou atrás da minha orelha.
Sorri.
- Eu senti tanto sua falta esses dias. - disse ele - cada cidade que eu ia, cada rosto que via nos shows eu procurava você, tava punk.
- Nem me fala - olhei para baixo e depois me juntei ao seu corpo - as vezes eu gostaria que não houvesse nada disso. Nada de shows, de fama, de responsabilidades e que pudéssemos ficar juntos sempre, como éramos adolescentes.
- Eu também penso nisso, mas é meu trabalho, eu não posso largar tudo.
- Eu sei, é o seu sonho e se você está feliz - olhei para Lucas e sorri - Eu também estou.
Lucas sorriu e me beijou na testa.
- Com licença, você é o Lucas né? - disse uma moça ruiva acompanhada de duas moças morenas.
Lucas sorriu.
- Aham. - disse ele.
- Ai meu Deus, tira uma foto com a gente? - disse a ruiva.
- Claro, cadê o celular? - disse Lucas.
A moça pegou o celular da bolsa e entregou para Lucas.
- Mor, tira a foto? - disse Lucas esticando o celular.
Peguei o celular e tirei a foto das três moças que quase subiam uma em cima da outra para ver quem saía mais perto de Lucas e depois devolvi o celular.
- Melissa, não é? - disse uma das morenas.
- Isso. - sorri envergonhada.
- Eu acompanho você no instagram e a Helena é linda, parabéns. - disse ela.
- Ah, Obrigada. - sorri ruborizada.
Eu sempre ficava sem jeito quando alguém me reconhecia na rua, no semáforo, nas lojas de roupas, no consultório pediátrico da Helena e todos os lugares possíveis.
- Lucas, tira outra comigo? - disse a outra morena.
- Tiro sim. - disse Lucas gentilmente.
- Amor, eu vou lá no bar já volto. - disse.
- Tudo bem - disse ele.
Peguei meu copo que estava em cima de uma das mesinhas e fui bebendo o resto até chegar no bar no camarote onde pedi um caipirinha e fiquei sentada no balcão esperando que as mulheres fossem embora, não que eu me incomodasse, mas que seria até para que Lucas ficasse mais livre.
- Melissa? - disse o Barman na minha frente.
Desviei o olhar do Lucas para o homem em minha frente.
- Eu? - disse confusa.
- Não tá me reconhecendo?
- Não, me desculpa. - disse morrendo de vergonha por não ele saber que eu era e eu nem se quer tinha ideia de quem era.
- Puta que pariu, o Raphael do colégio. - disse ele arrancando a máscara.
- Rapha! - disse boquiaberta.
- Ufa, a fama não subiu na cabeça na - disse com a mão no peito - Como se tá, menina?
- Rapha você tá muito diferente. - disse ainda abismada.
O antigo amigo purpurina até parecia mais heterossexual que o próprio Lucas, sem falar no loiro que virou moreno e o músculos um pouco mais avantajados.
- É algumas coisa mudaram sim - disse ele mostrando a mão com uma aliança prata no dedo anelar.
- Você tá namorando. - disse sorrindo.
- Com muita dificuldade, mas encontrei o cara. - disse ele fazendo minha caipirinha.
- E como ele é? - disse.
- Em que sentido? - ele me olhou e riu - Brincadeira...
Rimos.
- Edu, vem cá! - disse Rapha chamando outro barman.
Se tratava de um moreno de tinha seus 1,65 de altura, moreno e barba por fazer.
- Edu esse é Melissa, estudamos juntos o ensino médio. - disse Rapha.
- Você é a noiva daquele cantor de sertanejo, não é? - disse ele.
- Eu mesmo, a mascara não tá fazendo nem efeito né?! - ri.
- Prazer, Eduardo. - disse ele apertando minha mão.
- Edu e eu estamos juntos há dois anos. - disse Rapha.
- Eu estou muito feliz por você, Rapha. - disse sorrindo enquanto ele me entregava a caipirinha.
- E o Lucas, onde está? - disse Rapha.
- Ali atrás com umas garotas tirando foto. - apontei com o polegar por cima dos ombros.
- Mulher, você que não toma cuidado não que elas vão roubar seu bofe. - disse Rapha.
- Vão não - ri - O Lucas sabe o que acontece se ele me trair, eu desapareço da vida dele com a Helena.
- Ah é, vocês adotaram uma menina. - disse Eduardo.
Prendi os lábios e assenti.
Para a mídia, Helena era adotada até porque eles me viam com Lucas sem nenhuma barriga de grávida e do dia para noite eu apareço com um bebê essa seria a única saída, mas para Helena como cuidamos dela desde quando estava dentro de Dyana ela seria realmente nossa filha biológica.
- Ela parece uma princesa, igual a mãe adotiva né. - disse Rapha rindo.
- Ah que exagero Rapha, ela é linda, eu nem tanto.
- Modesta desde sempre.
Ri.
- Mel, eu preciso trabalhar a gente marca de se ver de novo. - disse Rapha.
- Tudo bem, não quero te atrapalhar.
- Agora bebe sua caipirinha ai. - disse ele colocando a máscara novamente e saindo junto com Eduardo.
Havia ficado muito feliz com aquele reencontro, com uma das pessoas que fez parte da minha vida e em um dos períodos mais importantes e ainda mais saber que o Rapha estava com alguém e feliz, ele merecia tudo aquilo e até mais. Peguei meu copo e levei até a boca e de repente senti duas mãos cobrir meus olhos e ao mesmo tempo um sorriso se abriu no meus lábios, pois eu sabia que era Lucas apenas gostaria que ele estivesse ali um pouco antes para conversar com Rapha também e conhecer Eduardo.
- Oi meu amor, você não vai acreditar em quem eu encontrei aqui...
- Shhh... - a voz sussurrou em meu ouvido ainda cobrindo meus olhos.
As mãos mudaram de posição tapando meus olhos, mas desta vez parecia que Lucas estava parado em minha frente em pé enquanto eu continuava sentada.
- Lucas - risos - deixa eu abrir os olhos, seu bobo. - disse segurando seus punhos.
Senti a sua aproximação e senti seus lábios tocarem os meus. O beijo estava diferente, um beijo mais doce, mas firme e com um certo desejo envolvia suas mãos em meu rosto, mas alguma coisa não estava certo, eu sentia Lucas com o cabelos mais cumpridos na nuca e algo que parecia uma barba em seu queixo.
NÃO.
NÃO PODE SER!
Abri os olhos rapidamente me projetando para trás e me deparei com um cara que nem de longe lembrava Lucas.
- Sai daqui, idiota - disse empurrando o cara que fiz questão de nem reparar mais nada naquele homem.
Entrei em desespero, não podia ter acontecido aquilo. Me levantei as presas.
- Espera... - disse a cara segurando meu braço.
- ME SOLTA! - gritei.
Algumas pessoas ouviram, mas a maioria não pela música alta.
Virei para trás de olhos fechados, pois não queria dar rosto ao meu erro e puxei meu braço forca e abri os olhos antes de virar e vi algo brilhar na gravada do homem, um grampo de gravata com um brasão dourado com uma pedra pequena de que parecia ser rubi, mas foi a única coisa que vi naquele homem.
Saí correndo em direção ao banheiro, desesperada, sem ar e com os olhos cheios de lágrimas.
Eu traí o Lucas, eu beijei outro homem que não era o amor da minha vida, como eu havia sido burra e/ou ingênua.
Me apoiei na pia do banheiro com as mãos e me encarei no espelho.
- Melissa porque você fez isso? - disse enquanto arrancava a máscara.
Me olhei novamente para o espelho e desejei que eu nunca tivesse saído de casa naquela noite, que eu não tivesse me afastado de Lucas na festa e agora eu estava ali quase chorando, desesperada e com a culpa do tamanho de uma bigorna sobre a cabeça.
Peguei um punhado de água da torneira e pus na boca tentando limpar os tratos dos lábios de outro homem em mim. Eu precisava me recuperar e precisava encontrar Lucas, não queria mais ficar um segundo ali e correr o risco de trombar com esse idiota de novo.
Me enxuguei, retoquei o batom e voltei para festa tentando não chorar enquanto andava em zig-zag entre as pessoas e enquanto estava chegando na escada para saída encontrei Lucas subindo a escada.
- Oi meu amor, eu estava te procurando. - disse Lucas.
- Lucas, vamos embora? - disse com as vistas embaçadas pelas lágrimas.
- O que houve? Porque você tá chorando?- disse ele preocupado.
- Por favor, vamos embora. - disse abraçando Lucas e comecei a chorar.
- Vamos embora. - disse ele me beijando o topo de minha cabeça.
Pegamos um taxi para voltar para casa já que o carro precisava ficar para Leandro voltar. Durante todo o caminho de volta para casa nós não trocamos nenhuma palavra, mas Lucas ficou todo o tempo me fazendo carinho.
Eu sabia que ele estava preocupado, mas sei também que ele não iria me questionar se eu não quisesse falar sobre o que havia acontecido, mas isso não diminuía nem um pouco a minha enorme parcela de culpa de confundir Lucas por um qualquer.

(Continua...)

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Beijuuuus ;*

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