(...)
- Você quer falar sobre ontem? - disse Lucas me olhando sério enquanto acariciava meu rosto com o polegar.
Apenas apertei os lábios e olhei com insegurança para Lucas enquanto me ajeitava debaixo dos lençóis.
- Se não quiser, tudo bem. - disse ele entrelaçando os dedos em meus fios.
- Eu só... - engoli seco.
- Eu fiquei preocupado com você. - disse ele.
- Eu não queria te preocupar, me desculpe. - disse.
Lucas me beijou na testa.
Não podia estragar isso, não poderia simplesmente falar para o Lucas que beijei outro cara achando que era ele, até porque ele não iria acreditar já que aquele homem nem de longe parecia com Lucas, não que tenha reparado muito, mas pelo que pouco percebi as diferenças eram visíveis.
Quando chegamos em casa durante a madrugada, não consegui pregar os olhos por um segundo com a culpa me corroendo por dentro e o medo de perder Lucas por algo que não prestei atenção.
Isso me dói.
- Preciso ver Helena. - disse me sentando na cama.
- Precisa de ajuda? - disse Lucas.
- Não, mas iria adorar que fosse. - sorri. Pela primeira vez desde a festa.
- Então eu vou. - sorriu.
Era por volta das 11h00 quando Lucas e eu fomos até o quarto de Helena que já tinha vários brinquedos espalhados pelo quarto e ela estava sentada no tapete brincando com suas inúmeras Barbies.
- Bom dia, princesa! - disse Lucas pegando Helena no colo. - Cadê o beijo do papai?
Helena deu beijo em Lucas.
- Papai a gente vai brincar hoje?
- A gente ia brincar? Quando disse isso? - disse Lucas franzindo o cenho.
- Ah papai - disse Helena quase chorando.
- Ai como esse papai é chato, viu! - disse pegando Helena do colo de Lucas - Claro que ele vai brincar com você, mas só mais tarde.
- Mas eu quero brincar agora, mamãe.
- Filha, você já tomou o café da manhã?- disse olhando sério para Helena.
-Já, a vovó Suzana me deu banho também.
- Ah, então está bem. - coloquei Helena no chão. - Ajuda o papai a guardar seus brinquedos nas caixas e depois você pode ir.
Helena começou a pegar as bonecas.
- Eu vou descer, toma cuidado com ela. - disse dando um selinho em Lucas.
- Ei, eu sou o pai esqueceu? Eu cuido dela. - disse rindo.
- Ah igual você deixou ela comer um pote inteiro de Nutella sozinha na bancada da cozinha? Tô sabendo. - ri.
- Uai, ela tava se divertindo, não tava filha?
- Aham. - Disse Helena inocentemente.
- Toma jeito. - ri.
Desci as escadas e fui até a cozinha onde me sentei na bancada e me servi com o café do bule.
Minha vida profissional estava tumultuada, não poderia deixar que minha vida pessoal saísse do controle.
Eu amo o Lucas e disso não tenho nenhuma dúvida e sei que por esse amor eu posso fazer coisas que até eu mesmo posso me surpreender e não vai ser um beijo insignificante que vai mudar isso.
- Bom dia Mel. - disse mamãe entrando na cozinha pela entrada da área dos fundos.
- Bom dia Mãe. - sorri.
- Como foi a festa?.
Perfeita, até o tarado ninfomaníaco aparecer e estragar tudo.
- Legal, me destraí um pouco.
- Eu vi quando chegaram cedo e de táxi, aconteceu alguma coisa?
- Mãe, para com isso.
- Isso o quê? - disse ela sentando dr frente pra mim.
- Esse seu jeito de quem não sabe de nada me fazendo entregar o jogo, você sempre faz isso, sempre.
- Que isso minha filha, eu só estranhei vocês chegando cedo, vocês sempre chegam quase amanhecendo.
- Porque não me pergunta o que eu fiz de errado? É mais fácil. - a encarei.
- Melissa, me conta o que houve e porque você tá angustiada, eu sou sua mãe, lembra?
Brinquei um pouco com o café respirei fundo e depois olhei novamente para mamãe.
- Eu beijei outro cara. - disse analisando-a.
- Que cara?
- Não sei, ele me surpreendeu pelas costas tapando meus olhos, naturalmente achei que fosse Lucas e eu acabei beijando-o sem me certificar. - disse passando as mãos pelas laterais da cabeça e entrelaçando os dedos atrás da cabeça enquanto sentia o vapor do café na ponta do meu nariz.
- Você contou pra ele?
- Não, não o Lucas iria querer saber quem foi, iria querer tirar satisfações e acabar com a festa do Leandro e tudo seria por culpa minha.
Ficamos as duas em silêncio.
- Eu devo contar? - disse olhando-a.
- O certo seria que você contasse, mas é o que seu coração tá pedindo? Você acha necessário? - mamãe se levantou e foi até meu lado do balcão e segurou minhas mãos - Ás vezes precisamos omitir algumas coisas de pequenas importâncias para que as coisas continuem como estão.
Fiquei em silêncio e mamãe me beijou no topo da cabeça.
- Obrigada mãe.- abracei-a.
- Bom dia. - disse Héctor entrando na cozinha.
- Bom dia. - sorri.
- Mel? - disse Lucas aparecendo na porta da cozinha com a Helena no colo.
- Oi.
- A gente tá indo na piscina, você quer ir com a gente?
- Tenho que resolver algumas coisas, podem ir. - sorri - Só toma cuidado com a Helena na água.
- Eu sei nadar, mamãe.
- Eu sei minha riqueza. - disse beijando Helena - Mas é que o papai que é meio atrapalhado.
- Eu estou aqui ainda, só pra constar. - disse girando o boné para trás.
- E tem como esquecer? - disse beijando Lucas.
- Eca, mamãe, para! - disse Helena apertando minha buchecha pra nos separar.
Começamos a rir.
- Vamos o papai vai te explicar sobre beijos e sobre que vc não vai pratica-lós tão cedo. - disse Lucas saindo.
Subi para meu quarto onde organizei tudo, tomei banho e voltei para a sala onde fiquei assistindo um filme e organizando as coisas para o trabalho no dia seguinte e quando estava no final da tarde Lucas chegou com Helena, ambos completamente molhados.
- Oi meu amor. - disse Lucas entrando.
- Que bonito hein! - disse ensaiando uma cara de brava.
- Ixi, mamãe tá brava. - disse Helena.
- Ainda bem que você já sabe - disse me levantando e cruzando os braços - São seis e meia, Lucas.
- Credo Mel, quase não vejo vocês e quando vejo não posso passar o dia com a Leninha? - disse Lucas aparentemente chateado.
- Pode, mas é que Helena tem horários e principalmente limites.
- Filha, sobe lá pro quarto que o papai já vai te dar banho. - disse Lucas.
Helena subiu as escadas e foi em direção ao quarto.
- Que bicho te mordeu? - disse Lucas.
- Me desculpa, mas é que não quero que ela se acostume errado.
- A gente só tava brincando, Melissa. - disse ele me encarando - Esqueceu que eu vejo vocês uma vez no mês? Você acha que eu não sinto a falta da minha filha?
- Nossa filha, Lucas. - disse virando o rosto enquanto meus olhos se inundaram.
Lucas se aproximou de mim e segurou a lateral do meu rosto com sua mão gelada pela água.
- Desculpa não foi isso que eu quis dizer.
O encarei e uma lágrima caiu.
- Sinto que você tá lutando por dentro por alguma coisa.
Nesse momento eu me segurei ao máximo para que não despejasse tudo em cima de Lucas de uma vez só e lembrei de mamãe e da conversa mais cedo e respirei fundo.
- A gente pode conversar depois? Tenho que terminar aqui e depois dar comida para Helena.
- Tudo bem, eu te espero lá em cima. - disse Lucas.
Eu sei que meu casamento que nem havia se concretizado ainda poderia ir por água a baixo pelo o que eu precisava contar para Lucas, mas aquilo estava me sufocando.
Depois de terminar o trabalho, Lucas deu banho em Helena que logo veio faminta para meus braços pedindo comida e lá foi eu com Helena no colo para a mesa de jantar onde todos começamos a jantar.
Logo depois do jantar Lucas e eu subimos com Helena para o quarto dela onde ficaríamos até que ela pegasse no sono.
- Papai, canta pra mim? - disse Helena sentada na cama.
- Qual você quer? - disse ele.
- A música que você fez pra mamãe.
Lucas pegou Helena no colo e começou a cantar.
- Todos dias falta algo em mim
E me recordo de você / Eu quero correr até seu encontro /Porque mais nada me importa, apenas a vontade de te querer / Te amar não foi uma escolha, foi um destino/ E quando me contro assim /
É porque me falta o pedaço que você já se tornou de mim /Mais nada nesse mundo pode haver / Porque a cada pedaço de mim, há um pedaço de você.
Enquanto Lucas cantava a música que havia composto para mim de presente de noivado percebi que não poderia contar nada para Lucas e deveria esquecer de tudo o que aconteceu naquela festa, já que apenas eu, o cara e mamãe sabiam do que havia acontecido e a partir daquele momento esse dia nunca existiu.
Helena durmiu enquanto Lucas cantava, então Lucas a arrumou na cama, colocou o cobertor em cima dela e saímos do quarto.
- Ela gosta muito dessa música. - disse Lucas.
- Eu também, minha preferida. - sorri.
Entramos em nosso quarto e logo me sentei na cama e tirando os chinelos enquanto Lucas tirava a camisa.
- Vou viajar amanhã. - disse Lucas.
- Mas já? - disse.
- Eu sei, eu queria poder ficar mas tempo com vocês é tudo o que eu quero, mas eu preciso ir.
- Você sabe que eu odeio quando preciso me despedir de você, toda vez é como se você tivesse indo para nunca maia voltar.
- Ei, nada disso - disse Lucas sentando-se ao meu lado e pegando em meu rosto - Sempre eu vou voltar, sempre.
- Porque você sempre dá um jeito. - disse prevendo suas próximas palavras.
- Que linda até decorou. - disse Lucas sorrindo.
- Não tem graça. - disse segurando o riso.
- Claro que não, porque você tem toda a graciosidade do mundo. - disse ele me roubando um selinho.
- bobo. - sorri beijando-o novamente.
Lucas me impulsionou para trás me deitando sobre a cama, o beijo foi cada vez mais aumentando o fulgor quando me lembrei de algo.
- Espera ai. - disse um pouco ofegante.
- O que foi? - disse Lucas.
- Comprei uma coisinha quando fui levar a Helena ao shopping. - sorri.
- E o que é? - disse Lucas beijando meu pescoço.
- Calminha - digo empurrando Lucas - já volto.
Entrei no banheiro carregando uma sacola, tranquei a porta e comecei a tirar a roupa e a vestir uma lingerie que havia comprado.
- Lucas, tranca a porta. - disse do banheiro.
- Meu benzinho, foi a primeira coisa que fiz. - risos.
Sorri.
Passei um óleo aromatizante no corpo e depois a abri a porta e coloquei só a cabeça para fora.
- Fecha o olho. - disse rindo.
- Ai ai - disse Lucas fechando os olhos enquanto eu saía do banheiro.
- Não é para abrir!
- Tá fechadinho.
Enquanto eu me aproximava de Lucas me sentando sobre suas pernas Lucas pegou em minhas cochas e sentiu o óleo.
- Sinto cheiro de castanhas. - disse ele sorrindo.
- Pode abrir. - susurrei em seu ouvido.
Lucas abriu os olhos e logo percorreu meu corpo com seus olhos.
- Aí você que matar papai. - risos.
- Vai ficar só olhando? - disse com as mãos nas cinturas.
Lucas sorriu pegou em minha cintura e me virou deitando-me sobre a cama enquanto estava sobre mim.
- Não me mande duas vezes. - disse ele logo me dando um beijo longo.
(Continua...)
P.S. A música não existe, ela foi criada por mim apenas para esse capítulo.
6 Comentários, okay?
Beijinhus 😘
Olha que chic, Lucas tem uma fã escritora e compositora kkkkkk tá maravilhoso linda, mas espero que ngm tenha visto e batido uma foto daquele beijo idiota, ñ quero q os dois briguem :/ continua
ResponderExcluirMUITO PERFEITAAAA!
ResponderExcluirBy : Matth do face
Muito muié continua nao para nao kkkk
ResponderExcluirContinua
ResponderExcluirQuero maaaaaaaais
ResponderExcluirContinuaaaa
ResponderExcluirContinuaaaaaa
ResponderExcluirCadê vocês, mulher?
ResponderExcluir2° temporada 😍👏👏
ResponderExcluirGraças a Deus você voltou mulher, eu tava morrendo de saudade já hahaha
Não esquece que eu ainda quero ver seu livro nas bancas em! 😉🙈🙊
A Fic está se volta e sua leitora fiel também hahaha
Trate de postar mais capítulos viu dona Thay!?
Thay não te conheço mais te ademiro muito, escreve pra caralho, queria eu ter um pouquinho da sua criatividade, continua.
ResponderExcluirGente eu to desesperada cade vc? É muito ruim espera por favor
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