(...)
Idiota.
Eu me analisava no espelho do elevador da Blook. Eu via uma mulher trajada de um conjuntinho cinza chumbo e uma camisa branca desabotoada os dois primeiros botões, bem maquiada com uma maquiagem leve, cabelos presos em um coque cebola e com todo meu material de trabalho e sim, eu era a mulher da Blook Company. Mas, depois de tudo o que aconteceu ontem eu não poderia me sentir mais insegura como uma adolescente diante do seu primeiro emprego, eu não poderia perder-lo; Marcela com certeza faria minha vida um inferno novamente para tirar a guarda de Helena e por mais que Lucas tentasse me ajudar, não somos casados e muito menos vivemos juntos, mas duvido muito que Cristiano com toda a sua falta de benevolência não pensaria duas vezes em me retirar do quadro de funcionários da empresa pela qual dei várias noites de sono.
As portas do elevador se abriram, caminhei até minha sala onde dividia o espaço com Caio e Dalila, meu coração batia forte por medo, receio e mais algum outro sentimento que não sabia identificar.
- Bom dia Milady! - disse Caio sentado sobre sua mesa e segurando uma caneca de chá.
- Espero que realmente seja um bom dia. - disse colocando minhas coisas sobre a mesa.
Não pude não reparar como Caio ficava incrivelmente bonito com a camisa social azul pastel que usava com um casal social preta e um belo par de Calvest social nos pés.
- Vejo que ganhou um aumento. - disse apontando para os sapatos.
Ele sorriu , mostrando as covinhas que Dalila amava.
- Nem um real, apenas gosto de me vestir bem.
- Boa escolha. - sorri de volta.
O primeiro sorriso do dia.
Me sentei em minha mesa e iniciei meu computador, Caio sentou em sua cadeira logo atrás de mim e depois a arrastou até ao meu lado.
- Como ficou ontem? Quero dizer, depois que voltei pra empresa.
- Bem, busquei Helena e ficamos juntas. - olhei para a foto do porta-retrato que ficava em cima de minha mesa, eram nós três: Eu, Lucas e Helena. Estavam felizes, foi uma foto tirada nas férias de Lucas, estávamos em Lisboa. - Ela consegue suprir um pouco a falta do Lucas.
Caio desviou o olhar para a foto também.
- Claro que sim, ela é a filha de vocês dois. Ela tem um pedaço de cada um de vocês, mesmo que seja só o coração - sorriu.
- É, ela tem. - dei um breve sorriso.
Caio não sabia a real história de Helena, apenas o que mídia também sabia: Helena foi adotada ainda recém-nascida enquanto eu e Lucas estávamos em Cabo Frio.
- E Cassiano? já deu o ar da graça? - disse mudando de assunto.
- Ainda não, já sabe o que falar para ele?
- Excesso de stress e falta de sono.
- Boa sorte. - disse dele sorrindo e voltando para sua mesa.
Sorte era o que menos estava tendo no momento.
Alguns minutos depois, Dalila entrou na sala desesperada para saber o que tinha acontecido comigo durante a reunião, dei a mesma explicação que daria para Cassiano par atentar abafar o que havia realmente acontecido. Mais tarde, liguei para Heloísa - secretária do Cassiano - e perguntei se ele teria compromisso pelo resto da tarde, para que eu pudesse me explicar e tentar salvar meu emprego, mesmo que eu ainda suspeite que ele tem algo em comum com o cara da noite da festa de máscaras, mas como Caio disse qualquer um que fez uma compra recentemente na brooksfield poderia ter um daqueles grampos de gravata.
- Posso entrar, Helô? - disse diante a porta da sala de Cassiano.
- Deixe eu apenas avisá-lo, que você vai entrar.
Heloísa se levantou de trás de sua mesa e caminhou até a porta e entrou.
Estava nervosa, com as mãos trêmulas e com o coração acelerado, mas eu precisava me acalmar, precisava ter o domínio da conversa teria de convence-lo que tudo foi um equivoco e que não se repetiria. Segundos depois, Heloísa saiu da sala.
- Pode entrar. - sorriu em sinal de solidariedade.
Respirei fundo antes de entrar na sala.
Cassiano estava sentado em sua cadeira de couro preta, atrás de sua mesa enquanto o sol da tarde refletia em sua parede de vidro e deixava o ambiente iluminado mais naturalmente do que pelas várias lâmpadas do ambiente. Ele analisava algo em alguns papéis em suas mãos e colocou uma das mechas de seu cabelo comprido até a nuca atrás da orelha antes de olhar diretamente para mim.
- Melissa! - disse ele dando sinal com a cabeça e por um momento achei que havia visto um sorriso se formar.
- Cassiano, eu...
- Sente-se por favor! - disse ele me interrompendo e me deixando ainda mais nervosa.
Caminhei até as duas cadeiras de madeira acolchoadas e puxei uma e sentei-me.
- Imagino o motivo por ter vindo até minha sala para conversar. - disse ele passando a mão em sua barba aparada e definida na linha do rosto.
- Eu gostaria de me explicar pelo o que houve ontem durante a reunião.
Ele encostou os cotovelos sobre os apoios de sua cadeira e juntou as mãos sobre o abdômen.
- Estou ouvindo. - disse.
Estava surpresa pela reação calma e compreendedora de Cassiano.
- Eu primeiro peço desculpas pelo o acontecido, nunca aconteceu isso e prometo que não acontecerá novamente, foi apenas uma crise. Tenho trabalhado muito, dormido pouco e talvez um pouco pressionada, mas tudo voltará ao normal. - disse com a voz firme, porém com as mãos trêmulas por baixo da mesa.
O silêncio se instalou no ambiente enquanto Cassiano me olhava fixamente e continuava imóvel.
- Eu poderia demiti-la sobre o acontecimento durante uma reunião com um de nosso sócios, mas não posso deixar de levar em consideração seus anos de dedicação a essa empresa. - Cassiano colocou diante de mim os papéis que analisava e pude ver que se tratava de relatórios de parcerias realizadas, crescimento no alcance do público em relação aos nossos concorrentes. - Desde que você começou a trabalhar conosco, você e sua equipe de marketing conseguiu elevar o nossos números para acima da média.
Olhava para Cassiano tentando entender o porque me mostrara aquilo e onde queria chegar com aquela conversa.
- Entende agora o porque te oferecemos essa promoção, Melissa? Você pode ser uma das profissionais mais bem sucedida em sua área, talvez até posso criar algo grandioso, você não vê?
- Eu apenas vejo que possuo uma família e que não posso abandona-la. - disse.
- E se essa fosse a sua única escolha para não perder toda a sua família? Você ainda continuaria com a mesma decisão?
- Isso nunca aconteceria. - disse debochando da suposição de Cassiano.
- Melissa eu sei que você tem uma filha adotiva e sei que se você perder esse emprego problemas nem um pouco agradáveis vão aparecer.
Engoli seco e a respiração parou.
- Eu só quero te ajudar, mas você precisa querer ser ajudada. - Cassiano recolocou a mecha do cabelo atrás da orelha enquanto encostava novamente na cadeira - Se você não aceitar eu vou ser obrigado a demiti-la.
- Você não pode fazer isso, Cassiano! - disse desesperada.
- Eu posso e você sabe disso. Você tem uma semana para se decidir, pode usar esse tempo para ficar em casa e quando chegar na sua decisão, entre em contato à qualquer hora. - disse ele entregando um cartão de visita com seu telefone.
Peguei o cartão de sua mão com rispidez e sai da sala sem ao menos me despedir.
(Continua...)
Hi Guys!! Podem me xingar, dessa vez eu demorei mesmo. Mas está o capítulo de Melissa X Cassiano. Esses dois sempre nos trancos e barrancos, será que eles sempre vão ser assim? E porque diabos esse cara tá insistindo tanto pra ela aceitar a promoção? A Mel com certeza não vai aceitar, não vai largar o Lucas e a Helena, não é mesmo? E se ela se sentir pressionada ou encurralada? PQP CASSIANO!
Se vocês estivessem escrevendo a fanfic como vocês resolveriam esse rolo? E quem vocês acham que é o cara da festa? Caio? Cassiano? Outro indivíduo tarado? Me contem.
Beijinhos pessoal ;*
Tão pequeninihooooo
ResponderExcluirA fic do Lucas mas tá girando em torno da Melissa.
Não demora maaaisss!
;( Continuaaa .....
ResponderExcluircadê o 10?
ResponderExcluirNão vai postar mais?
ResponderExcluirEscreveee
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