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Os dias começaram-se a passar mais lentamente do que eu imaginava, nunca pensei que as noites pudessem ser tão cumpridas como andava sendo, tentava ao máximo não lembrar do Lucas mas cada centímetro daquele quarto, da minha cama, da minha casa me fazia lembrar dos momentos bons, das brigas, dos brincadeiras bobas do Lucas, das atrapalhadas dele e consequentemente me fazia passar a maioria das noites chorando.
Passamos o ano novo em casa apenas eu, minha mãe, o Héctor, a Vivian, meu pai e o Marcos. Enquanto as pessoas no mundo todo pediam boas conquistas, saúde, amor, dinheiro e tudo de bom que existe para o próximo ano, eu apenas pedi que sobrevivesse e nada mais.
Quando a Dy recebeu a notícia correu para minha casa e ficou aos prantos, não é por menos, eramos praticamente irmãs, meu coração também ficou partido por deixar ela aqui, mas sei que a nossa amizade vai continuar a distância coisa que não aconteceu comigo e com o Lucas.
No dia cinco de janeiro, era o dia em que nós mudaríamos para Cabo Frio, nossa mobília já estava toda encaixotada para a mudança desde o dia anterior. Logo cedo o caminhão da mudança começou a retirada dos móveis de dentro de casa, eu havia dormido com a minha mãe já que meu quarto já havia sido desmontado, acordei junto com ela bem cedo para nos arrumar para seguir viagem. Eu me vesti de um jeito confortável para a viagem que seria longa e depois desci e ajudei a minha mãe a terminar de ajeitar as coisas para fechar a porta de vez.
Quando minha mãe estava colocando algumas malas no carro fiquei parada na frente da casa olhando fixamente pra ele tentando guardar todas as lembranças que estavam ali dentro, quando sinto alguém chegando perto de mim eu me viro e me dou de cara com o Lucas e o Leandro.
- Ia embora sem se despedir de mim? - diz Leandro.
- Pra falar a verdade, eu ia... - digo soltando um pequeno sorriso.
Ver o Lucas acelerou meu coração na mesma velocidade que um avião caça.
- Que isso, e amizade onde fica? - diz Leandro me abraçando.
- Desculpa, é que eu não gosto de despedidas.
- Mas de mim você não está se despedindo, porque eu vou encher o seu saco todo mês com a Dyana!
- Ai meu Deus, pensei que estava livre de vocês. - digo ironicamente.
- Você se iludiu atoa! - diz ele sorrindo.
Eu tentava agir normal o máximo possível mais minhas mãos tremiam, sentir meu rosto corar e meu corpo soar frio, não queria ter essa despedida do Lucas, não pretendia ver mais ele, não queria me sentir pior do que já estava.
- Deixa eu me despedir da Suzana... - diz Leandro indo em direção a porta da casa.
Ficamos eu e o Lucas a sós, sem saber o que fazer e o que falar se sentimos como fosse um sacrifício fazer isso, mas na verdade era.
- Então, eu acho que me desejar boa viagem! - digo com a voz meio tremula.
- Ah, Claro... foi pra isso que vim...
Ele se aproximou de mim e nossos rostos se toparam mas ele apenas desviou e me abraçou.
- Boa viagem, muita sorte na sua nova vida! - diz ele.
- É-é Obrigada, você também!
Ele me solta.
- Quanto tempo de viagem?
- Umas seis ou cinco horas não sei ao certo.
- Eita que viagem longa.
- Pois é.
Ficamos em silêncio por mais alguns minutos.
- Eu quero te dar uma coisa... - diz ele.
- Me dar? - Olho confusa.
Ele tirou do pescoço um corrente com um pingente em forma de uma peça de quebra-cabeça dourada e depois juntou a mão.
- Não quero que você viva no passado, quero que você siga uma vida totalmente nova mas quero que não se esqueça que você vai ser esse pedaço aqui que sempre vai faltar em mim.
Fiquei completamente imóvel.
- Posso colocar em você? - diz ele me olhando esperando alguma resposta.
- Sim.
Me virei de costas para ele, com a mão leve jogou meu cabelo por cima do ombro e passou por mim a corrente e a botoou. Senti seu dedos descerem pela minha coluna suavemente até desaparecer perto da cintura, ele se afastou de mim e eu me virei de frente pra ele.
- E-eu não tenho nada pra...
- Não, pare!... eu não quero nada, eu já disse que você sempre vai faltar em mim e como me esquecer disso? não preciso. - diz ele me interrompendo.
- É lindo, obrigada! - digo colocando a mão sobre o pingente.
O Leandro aparece junto com a minha mãe vindo em direção ao carro, ele trazia na mão a última mala para ela, colocou no carro e ela fechou o porta-malas.
- Obrigada Leandro! - diz ela.
- Que isso, Suzana...
- Querida, vamos? - diz ela me olhando tranquila e com uma pitada de animação em seu olhar.
- Vamos...
- Então é isso... até mais Mel! - diz Leandro me abraçando novamente.
- Tchau Zoca, e olha lá o que você vai fazer com minha melhor amiga, hein!
- Fica tranquila, vou cuidar dela como uma princesa.
- Ela é uma, zoca, ela é uma...
Eu e o Lucas se olhamos, ambos com cara de choro mas me mantive forte e engoli o choro.
- Então, eu acho que é a Adeus. - diz ele.
- Adeus, é uma palavra muito forte... mas é o que se encaixa perfeitamente na nossa situação!
Me aproximei dele e lhe dei um abraço antes que eu me arrepende-se de fazer isto.
- Promete pra mim que não vai me esquecer? - digo
- Eu não vou conseguir te esquecer, agora me promete que vai viver o futuro?
- Eu prometo que vou tentar.
- Mel, me promete...
- O.k., eu prometo!
- Agora vai...
Eu o solto.
Quando abri a porta do carro escutei os gritos da Dyana vindo correndo em direção a nós.
- ESPERA, tô chegando...
Eu sorri.
- Ai meu Deus, nunca corri tanto na minha vida - diz ela se apoiando no ombro do Leandro - Nossa cara, nunca percebi que a portaria era tão longe da sua casa!
- Calma amor! - diz Leandro abanando ela.
- Ai quase que eu não te pego Mel...
- Quase mesmo. - digo sorrindo.
- Mas você não ia embora sem dizer pelo menos um tchau pra mim ou ia?
- Magina.. - digo.
- Ela ia sim! - diz Leandro.
- Eu te trouxe um presente...
Ela me entrega uma caixa de papel com estampa de poá branco e rosa.
- O que é?
- Não abre agora, abre no caminho tá?!
- Porque não?
- Porque se não vai estragar a surpresa né, dãr! - diz ela.
A Dy vai me fazer muita falta, ela sempre me fazia rir nos momentos difíceis e não tinha pessoa melhor para escutar minhas história do que ela.
- Sorri - Tá bom Dy, obrigada...
- Awn eu não quero que você vá - diz ela me abraçando - Eu vou sentir saudade de você, Mel.
- Eu também Dy.
Foi inevitável, não conseguir mais segurar e comecei a chorar.
- PARA, não chora Mel, se não eu começo junto..
- Parei. - digo secando o rosto
- Agora vai, antes que eu peça pro Zoca te roubar e não deixar ir! - diz ela.
- Tchau!
- Vai com Deus Mel! - diz ela.
- Até mais. - diz Leandro.
Olhei em direção ao Lucas e ele apenas sorriu.
Entrei no carro e minha mãe deu partida, antes de dobrar a esquina vi os três pelo retrovisor parados em frente da casa, com o Leandro abraçado com a Dy e o Lucas com a mão nos bolsos da bermuda olhando para o carro.
(Continua...)
Primeiro queria agradecer vocês que lê minha fanfic e que me defende <3 vocês são vidas *------------* e as pessoas que entram aqui apenas para falar mal, fiquem sabendo que enquanto 1 não gosta, mais 348 gosta!
O capítulo foi pequeno por que hoje a inspiração não veio daquele jeito :x Mas espero que gostem :3
7 comentários para o próximo capítulo.
Beijinhus ;*



Muito bom! Curioso para saber do presente agora...
ResponderExcluirfoii liindo dentro do pequeno infinito que é uma despedida, tão brutal como essa! se fosse ela estaria sem chãão! acho que que ela é fortee pq vc é forte Thay :3
ResponderExcluirChorei marida, ta perfeito demaaaaais!Odeio despedidas,masfazer o que né? Tô esperando a Mel aqui em Cabo Frio ♥
ResponderExcluircontinua continua continua
ResponderExcluircoontinuaaa ... Amando aq
ResponderExcluirai thaay coitada da mel mas acho que ainda vai acontecer muitas coisas boas com mel e lucas bjs!
ResponderExcluirjoo
Ai sua chata me fez chorar denovo kkkkk tá lindo demais, to ansiosa pra ver o reencontro deles :-D continua ♥
ResponderExcluirAi cara ta muito lindooo ... Thay CONTINUAAA LOGO tu vai me matar de curiosidade
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