(...)
Quando acessamos a rodovia deixando a cidade de Goiânia para trás, peguei o presente da Dyana e coloquei sobre o colo, minha mãe deu uma olhada rápida e voltou a olhar para a frente.
- Do Lucas?
- Não, da Dyana!
- O que é?
- Não sei, vou descobrir agora.
Eu abro a caixa e me deparo com um álbum enrolado em um papel de seda branco, eu tiro da caixa e coloco ela no banco de trás do carro. Na capa estava gravada uma frase: "Uma história inesquecível de uma garota inesquecível", comecei a folear e a cada folha estava uma foto e a história da foto. Havia fotos nossas desde que eu era uma pirralha de dez anos com um pote de cinco litros de Nutella no colo e com as duas todas lambuzadas, foto de quando se apresentamos na nossa primeira peça de Teatro, eu de fada madrinha e ela de passarinho, foto de todos os acampamentos do colégio que frequentei com ela, foto com o pessoal da sala do colégio nas festas, eu comecei a sorrir e a chorar ao mesmo tempo , eram histórias engraçadas que iriam me matar de saudade. Quando estava chegando no meio do álbum comecei a me deparar com centenas de fotos minha com o Lucas, em festas, no colégio, em casa, com cara de sono, sorrindo, com cara emburrada, fazendo careta foi me dando um aperto ainda maior no coração como se alguém estive torcendo meu coração, como se torce uma peça de roupa molhada. A foto que eu mais gostei foi a que estava todo a turma no parque de diversão no meu décimo sétimo aniversário, que estavam todos de baixo da roda gigante, e eu em cima dos ombros do Lucas me segurando no seu pescoço, eu nem me lembrava dessa foto, mas foi o que mais representou esse tempo todo que vivi ali. E finalmente na última página tinha uma foto da Dyana sozinha sentada em uma cadeira com a outra do lado com uma plaquinha pendurada " Procura - se Melissa Freire" e ela com um bico do tamanho do mundo.
- Ó dó... - diz minha mãe bisbilhotando meu presente.
- Mãe...
- Desculpa, mas não resisti
- Tudo bem, eu ia te mostrar mesmo. - sorri.
- Bons tempo, né?
- Ótimos tempos, mãe!
- A Marcela prometeu deixar a Dyana te visitar frequentemente.
- Eu sei, mas não é a mesma coisa.
- São tempos novos minha filha, você tem mais um milhão de páginas em branco na sua vida e a partir de agora você está começando um capítulo novo nela...
- Com pessoas novas, lugares novos, coisas novas ... já sei de tudo isso - digo interrompendo ela.
- Que bom que você já entendeu.
Quando fechei o álbum e o levantei para guardar na caixa novamente alguns papéis caíram no assoalho do carro, estavam amarrados em uma fita de cetim vermelha, me abaixei para pegar e assim que peguei reparei em um bilhete com a letra da Dy.
" Eu não queria deixar que isso fosse com você porque eu sei que não vai te fazer bem, mas ele fez questão que fosse com você. Desculpe!"
Puxei uma ponta do laço e abri a fita, comecei a desdobrar os papéis e percebi que era as pistas que o Lucas tinha elaborado no dia em que me pediu em namoro no acampamento. Eu poderia começar a chorar loucamente de novo, mas eu já não tinha mais forças para chorar, apenas aguardei as pistas dentro no álbum e respirei fundo tentando juntar os pedacinhos que o meu coração havia se transformado. Depois de guardar o álbum, encostei minha cabeça no vidro e fechei os olhos enquanto fazia malabares com o pingente do colar que o Lucas havia me dado, quando minha mãe interrompe meus pensamentos.
- Tá com fome?
- Hã? - Digo por não ter prestado atenção.
- Quer comer alguma coisa? Não tomamos café da manhã antes de sair e a viagem vai ser longa.
- Pode ser.
Minha mãe pegou um retorno para a cidade que passamos e ela parou em um posto de conveniência e comprou dois cappuccino e alguns pães de queijo, como sempre. Depois pegamos o caminho novamente. Durante a viagem trocamos poucas palavras, a viagem estava me deixando estressada, não aguentava mais ficara sentada, para todo lado que eu olhava vi apenas mato e aquele café da manhã que havíamos tomado não tinha caído bem, sentia um mal estar gigantesco, uma dor chata na boca do estomago e uma sensação de ânsia vinha toda hora, imaginei que se eu dormisse passaria então pedi para minha mãe o remédio para enjoo.
- Mãe, cadê sua bolsa?
- Está no banco de trás, porque?
- Tô passando mal. - digo me virando para trás e procurando a bolsa.
- O que você tem? - diz ela atenta na pista.
- Ai sei lá, eu sei que eu quero dormir.
Eu peguei a bolsa dela e peguei dois comprimidos de Dramim e tomei. Depois de alguns minutos minha pressão caiu ao ponto de eu dormir pesado e não perceber nada ao redor e nem o que eu estava falando.
Acordei ás cinco da tarde, com a boca amarga com dor de cabeça e uma ânsia mais forte, como se o remédio tivesse piorado o que eu queria amenizar.
- Ai mãe, para o carro, para... - digo me contorcendo.
- O que foi Mel?
- Mãe, eu vou vomitar, para o carro...
Nós já estávamos em Cabo Frio, mas não ainda no nosso bairro, então ela parou o carro no acostamento de uma avenida e sem pensar duas vezes abri a porta do carro e coloquei tudo pra fora. Nunca tinha sentido um mal estar tão forte, isso que dá comer qualquer coisa por aí. Logo depois de me recuperar encostei a cabeça no encosto do banco e fechei a porta.
- Você não tá bem minha filha, eu vou te levar num hospital.
- Não precisa, eu tô melhor.
Realmente eu estava bem melhor, as vezes o que estava me fazendo mal era mesmo aquela porcaria que eu tinha comido e junto com tudo que eu passei meu organismo não estava legal.
- Certeza?
- Tenho mãe, vamos pra nossa casa.
Ela sem contestar mais nada, pegou o caminho novamente. Alguns minutos depois chegamos em bairro com casa bonitas e com comercio perto.
- É aqui? - pergunto.
- É logo ali na frente. - diz ela apontando para um prédio.
- A gente vai morar num apartamento? - digo
- Exatamente!
Eu não gostava muito de apartamentos, era tudo muito pequeno, era tudo muito apertado, tem que tomar cuidado com o que se fala porque se tem quatro vizinhos, o de cima, o de baixo e dos dois lados. Me lembra muito quando morávamos em São Paulo com meu pai, eles me monitoravam todo tempo pra não fazer muito barulho por causa dos vizinhos, era um porre.
Ela entrou na garagem do prédio e estacionou o carro, retiramos todas as malas que haviam levado dentro do carro e subimos para o sétimo andar, assim que a porta do elevador se abriu duas garotas e um garoto nos olharam assustados com a quantidade de malas que a gente carregava.
- Nossa! - diz uma menina que era baixinha morena, que usava um óculos de sol Ray-ban.
Eu já me sentia intrusa em tudo aquilo, me recolhi por dentro dos ombros e disfarcei erguendo a alça de uma das malas daquelas de rodinhas me preparando para sair.
- Precisa de ajuda? - pergunta a outra garota da minha altura, de cabelo platinado e piersing de argola preta no nariz.
Olhei em direção a minha mãe que com toda simpatia do mundo que ela tem de sobra e que falta me mim, aceitou a ajuda.
- Eu aceito ajuda...
Então as duas garotas que estavam mas á frete, pegaram uma mala cada uma de dentro do elevador e saíram.
- Qual o número do apartamento? - pergunta a morena.
- Trinta e sete! - diz minha mãe.
Sobrou apenas três malas no elevador, a de rodinha, uma de alça e uma mochila. Peguei a mochila e coloquei nas costas, apoiei a outra em cima da de rodinha e comecei a puxar mas não dava conta, me virei de costas para para a porta e comecei a fazer mais força puxando de frente, parecia que tinha um ser humano ali dentro de tão pesado que estava, mas eu daria conta.
- Deixa que eu te ajudo! - diz o Garoto pegando na alça da mala ao lado da minha mão.
- Não, pode deixar eu dou conta! - digo negando a ajuda.
- Eu te ajudo, é humilhante ver uma garota puxando tudo isso e um homem aqui de braços cruzados.
Eu sinceramente quase soltei uma gargalhada quando ele disse "Homem", ele no máximo era m "Rapaz", que aparentava no máximo ter uns dezoito ou dezessete anos.
- Desculpe pela humilhação, mas eu não preciso de ajuda! - digo.
Comecei a puxar com mais força, mas a maldita daquelas rodinhas engancharam no vão que tinha entre o piso e o elevador, fiz mas força que a alça da mala desencaixou dela e caí sentada no chão. Sentir meu rosto corar no mesmo momento que caí, escutei o garoto rir e logo depois ele estirou a mão em minha direção.
- Não vai te arrancar um pedaço! - diz ele.
Eu respirei fundo e percebi que já tinha passado uma impressão de marrenta para os primeiro moradores do condomínio e isso não era legal , mas eu sou marrenta mesmo. Eu me segurei na mão dele e me levantei.
- Obrigada! - digo.
- Olha, não caiu nenhum pedaço. - diz ele.
Irônico, se fala?
- Então já que não vai precisar da minha ajuda eu vou indo... - diz ele limpando as mão.
Ele virou as costas e ia indo em direção a entrada da escada. Eu não queria, eu não devia , mas eu não conseguia puxar a droga daquela mala até o apartamento.
- Hei... - digo.
Ele olha em direção com uma cara de sarcasmo que as pessoas fazem quando querem esfregar na sua cara que ela tinha razão, que eu odeio com todas as minhas forças.
- Eu aceito sua ajuda. - digo rodando alça arrancada na mão.
Ele sorriu e depois voltou na minha direção e pegou a alça, encaixou na mala novamente e começou a puxar até a rodinha desenganchar.
- Onde?
- Trinta e sete!
- Vish...
Olhei pra ele sem ter entendi a expressão dele.
- Era o apartamento do meu avó - explica ela começando a andar - Ele morreu á dois anos.
- Sinto muito!
- Sem problemas, já superei - diz ele sorrindo.
Seguimos o corredor até a chegar a porta que estava aberta.
- Meu orgulho já se feriu demais deixando você trazer a mala até aqui, agora pode deixar. - digo.
- O.K. então! - diz ele soltando a mala.
- Obrigada! - digo.
Ele apenas sorriu.
Logo depois as duas garotas apareceram, conversando e passaram por mim na porta.
- Vamos Chris... - diz a loira platinada, puxando ele pela mão.
- Até mais! - diz ele.
Eu apenas levanto a mão com sinal de despedida, de pois puxei a mala pra dentro da sala e fechei a porta.
(continua....)
Hei amores *o* Viiu , ninguém choro mais... espero kkkkk um capítulo caprichado pra vcs *-* e essa Melissa pagando bafão logo quando chega, ai mds . Azarada ao extremo passando mal a viagem toda e ainda paga esse mico na frente do menino. óh gód kkkkkkkkkkk espero que gostem :)
8 comentários para o próximo capítulo :*


Acho que ela ta grávida, será!?
ResponderExcluirela nao pode ta gravida , pq enfim ia perder a graca da historia kkklkk ia deixar tudo muito ' previsivel ' ... Maais ta lindo amor , cooontinuaaa ...
ResponderExcluirOque sera mel tem o oque vai acontecer?
ResponderExcluirContinuaa *0*
ResponderExcluircontinuaaaaaaaa u.u
ResponderExcluirAi tomara q ela esteja grávida :-D continua ♥
ResponderExcluirna boa, eu AMO essa fanfic, mais todas as fanfics tem isso, da garota ficar gravida e blá blá blá, isso já é irritante, pq não é novidade em nenhuma fanfic, espero que ela não esteja gravida, e esse menino ai hmmmmmmmm, vai dar le le le em, hsuhsuhushush
ResponderExcluirEspero q ela nao esteje gravida ... Pq acaba meio q sendo previsível pois todas as fics tem isso da menina ficar grávida e num sei oq .. Bom , esse menino ae heeeein q isso kkkkkkkkkk continua amor
ResponderExcluirEspero q ela nao esteje gravida ... Pq acaba meio q sendo previsível pois todas as fics tem isso da menina ficar grávida e num sei oq .. Bom , esse menino ae heeeein q isso kkkkkkkkkk continua amor
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