Fanfic Lucas Lucco - Um Pedaço de Mim - Capítulo 37

(...)

No dia seguinte acordei com meu celular vibrando como se tivesse tendo uma convulsão de baixo do meu travesseiro, meio sem ter noção do que estava acontecendo , levantei minha cabeça e peguei o celular e atendi.
- Alô? - atendo meio dormindo ainda.
- Melissa?
- É... quem é?
- É o Christopher!
- Quem?
- O Chris, da festa, das malas...
- Ah, oi...
- Te acordei né?
- Aham.
- Me desculpa.
- Sem problemas... como você conseguiu meu numero?
- Sua mãe me passou, algum problema?
- Não, nenhum... aconteceu alguma coisa?
- Não, eu só te liguei pra te pergunta se você quer ir no hospital, pra ver as crianças.
- Não vai ter problema?
- Imagina, pelo contrário, visitas só fazem bem pra elas.
- Okay então, eu vou.
- Passo pra te pegar as treze horas?
- Pode ser.
Ele desliga o celular e eu cochilo por mais uns quinze minutos, porque o sono sempre ganha de qualquer coisa, depois me levantei, tomei um banho e coloquei um roupa mais fresquinha, porque aquela cidade é a porta do Hell, nunca vi que cidade quente. Comi algumas coisas que achei na geladeira e li o bilhete que minha mãe havia deixado grudado na geladeira com um imã de laço.

"Mel, preciso ir trabalhar mas qualquer coisa me ligue. Te Amo"

Tomei o ultimo gole do leite e fui até na sacada pra ver se conseguia sentir um pouco de ar fresco. Apoiada na sacada comecei a pensar que a minha mãe tinha um pouco de razão, eu sei que vai demorar pra me desligar de tudo que me aconteceu em Goiânia, mas se eu não tentar me desligar vou ficar vivendo e revivendo coisas que eu talvez não volte mais saber o que é. 
Algumas horas depois pensado e sentindo a brisa que conseguia amenizar o calor, escutei a campainha tocar, me levantei e abri a porta. Era o Christopher.
- Pronta?
- Tô , só um minutinho.
Eu entrei novamente, fechei a porta da sacada peguei as chaves e meu celular e fechei a porta.
- Vamos.
No caminho ele foi me explicando a situação das crianças, que haviam umas em recuperação quase total, algumas ainda meio abaladas e outras que estão em tratamento intenso. Quando chegamos preenchi uma ficha e higienizei as mãos com álcool em gel. Assim que entramos já vi algumas crianças aparentemente saudáveis, mas as expressões de melancolia que dominava a face de cada uma delas entregava o seu estado clínico.
- Esse são os que estão apenas com o acompanhamento. - diz ele 
- Sem câncer?
- Ou estabilizado... vem.
Ele me puxou pra mais perto delas, e de repente me assustei quando um menina que aparentava ter uns cinco ou seis anos que veio corrento até mim e parou na minha frente, fiquei meio sem reação até ela começar a falar.
- Oi, sou a Alice! - diz ela toda empolgada.
Ela tinha o cabelo curto, a altura da orelha e tinha uma tiara cor-de-rosa que segurava os cabelos rebeldes, seu olhar conseguiu me contagiar, não apresenta se quer algum ponto de tristeza ou desanimo. Eu olhei em direção ao Christopher que fez sinal pra que eu a respondesse.
- Oi Alice. - digo sorrindo.
- Como você se chama?
- Melissa.
- A minha boneca chama Mel sabia?
- É? que legal!
- Vem que eu vou te mostrar ela... - diz ela pegando na minha mão me fazendo andar.
Ela me levou até o outro lado da sala parou na frente de uma mesinha de encaixes coloridos e pegou uma boneca e me entregou com as duas mãos.
- Olha ela aqui, foi o tio Chris que me deu no natal. - diz ela
Eu peguei a boneca e sentir meu olhos inundarem.
- Que linda ela.
- Aqui, no natal os funcionários do hospital adotam uma criança pra dar um presente, eu fui o padrinho da Alice. - diz o Christopher chegando perto de mim.
- A Gabi ganhou uma igual, só que a dela chama babalu.. vem ver! - diz a pequena Alice me arrastando pela sala até chegar em uma parede de vidro que dava visão para a sala de tratamento intensivo.
- A Gabi é aquela ali - diz ela a pontando para a primeira maca - ela ficou mas doente depois do natal, ai o tio Chris disse que antes de eu ir pra casa ela vai sair dali pra brinca comigo.
 - Se tio Chris, disse é porque vai , ele não mente pra você né? - digo tentando segurar o choro.
- Aham... vou te contar um segredo..
Ela fez sinal com a pequena mãozinha pra que eu abaixasse perto dela, eu me abaixei, e ela cobriu a boca e começou a falar.
- O tio Chris disse que hoje ia vir uma princesa aqui ver a gente, mas ele disse que não que era pra contar pra ninguém.
- Ah é? o tio Chris disso isso? - digo olhando pro Christopher e sorrindo.
Ele me olhava e sorria, como se tivesse ouvido o que ela havia me contado.
- Disse, mas é segredo .. shii! - diz ela colocando o dedo na boca sinalizando silêncio.
 - Mas eu acho que essa princesa tá disfarçada.
- Shiiu, não fala! - diz ela colocando as mãozinhas dela na minha boca - Ele não pode saber que eu te contei! - diz ela falando bem próximo ao meu nariz.
Eu acenei com a cabeça.
- Alice, olha a tia fá te chamando pra tomar o remédio... - diz o Christopher apontando pra entrada da sala.
 Ela saiu correndo com a boneca pendurada por um braço só, eu me levantei e fiquei vendo ela dar a mão para a enfermeira que interagia com ela enquanto sorria.
- Ela é uma graça, não é? - diz ele parando do meu lado olhando em direção a garotinha.
- Onde assina pra levar ela pra casa? - digo olhando pra ele.
- Não tem ninguém que vem visitar aqui, que não fica encantada por ela! - diz ele.
- Ela é sensacional.
- Ela já sofreu muito, merece ser feliz agora.
- Como assim? - digo olhando confusa pra ele.
- Ela teve alguns tumores na parede do estômago logo pequena, com dois anos ela operou pela primeira vez para retirada, ficou seis meses no centro de tratamento intensivo por um infecção, depois de alguns meses ela melhorou mas ainda não estava livre dos tumores apareceram mas um no intestino quando ela tinha quatro anos foi a pior fase dela, eu fui solicitado aqui quando ela estava bem debilidade os médicos não sabiam mais o que fazer,  os pais dela ficaram desesperados, parecia o terror, mas com uma cirurgia para a retirada do tumor e mais algumas sessões de quimioterapia e ela entrou em SVC. - diz ele.
- O que é SVC?
- Sem Vestígio do Câncer.
Ela tinha uma história de vencedora apenas com apenas alguns anos de vida, me sentia uma inútil por reclamar de coisas que nem de longe significava alguma coisa perto do que ela já havia passado. Não preciso dizer que me emocionei chegando a essa conclusão.
- Ei, precisa chorar não! - diz o Christopher sorrindo.
- Cara, eu não sou de aço não! - digo enxugando o rosto.
Ele sorriu com mais intensidade.
- Vem conhecer as outras crianças. - diz ele pegando na minha mão e me puxando.
Conheci a maioria das crianças, as que estavam no centro de tratamento Intensivo pelo vidro, as crianças que faziam hemodiálise, as que estavam na sala de acompanhamento junto com a Alice e pra falar a verdade, nunca me senti tão bem em meio a tantas histórias de perseverança e luta que parecia me revigorizar e me encher de esperança naqueles sorrisos simples e inocentes que pediam sedentemente por carinho. 
Depois de passar a tarde no hospital, íamos embora quando ele me fez um convite.
- Você tá com fome? - diz ele.
- Um pouco.
- Vamos comer alguma coisa?
- Açaí? - digo com um pouco de entusiamos.
- O clima tá pedindo né?
- Ele já tá implorando, que calor que faz aqui, meu pai amado!
Ele riu.
- Você já já se acostuma!
- Espero. - ri.
Ele parou em uma sorveteria e descemos, ele pediu dois açaís pequenas na tigela, nos sentamos na parte aberta onde , que por milagre divino de Deus estava ventando um pouco.
- Eu amei conhecer as crianças, obrigada! - digo.
- Eu que agradeço em nome do hospital, são pouquíssimas pessoas que vão visitar elas.
- Mas pelo menos vai alguém.
- É, mas as que vão começam a chorar feito uma bebê. - diz ele rindo e se referindo a mim.
- Ah Christopher isso não tem graça cara! - digo me sentindo a chorona.
- Me faz um favor?
- Claro!
- Me chama de Chris - diz ele colocando a mão sobre  a minha.
Eu fiquei sem reação, não falei nada, não mexi um músculo, parecia que eu estava no modo "pause", apenas voltei ao normal quando ele tirou a mão de cima da minha com a chegada das tigelas com açaí.

(Continua...)


Olá mi amores <3 Preparados para 2014? apenas mais alguns dias *o* só pra avisar vocês, faltam apenas 3 capítulo pra mudar essa situación kkkkkkk pq tem gente desanimando, só pq n aparece o Lucas... Calma pequenos gafanhotos, o melhor está por vir. Espero que gostem:) beiju beiju

8 Comentários para o capítulo 38 *-*